O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou uma medida que terá como objetivo a utilização de uma solução em blockchain em parceria com o banco de desenvolvimento alemão KfW. A parceria será para promover a cooperação entre as duas instituições no aprimoramento do software TruBudget, desenvolvido para aprimorar a transparência e a eficiência no uso de recursos públicos que financiam o desenvolvimento.
Conforme salienta o anúncio oficial do BNDES, “o TruBudget não envolve o uso de uma moeda virtual: trata-se de uma ferramenta de fluxo de trabalho que utiliza uma blockchain privada, e não pública“. Segundo o Banco, a plataforma será testada no Fundo Amazônia, que tem por objetivo apoiar projetos que previnem e combatem o desmatamento na Amazônia e possui cerca de US$1,2 bilhão. O fundo é formado por doações da Noruega e da Alemanha por meio do KfW e gerido pelo banco brasileiro. Os testes devem começar até maio deste ano.
“O projeto é uma excelente oportunidade para o BNDES aprimorar seus mecanismos de transparência e de controle no acompanhamento de projetos que promovam o desenvolvimento do Brasil. A relação do BNDES com o KfW nesse projeto não é uma relação de aquisição de software, mas uma relação de cooperação entre duas instituições similares (bancos de desenvolvimento), que será formalizada através da assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU)”, informou a assessoria de imprensa do BNDES em nota exclusiva para o Criptomoedas Fácil.
BNDES Token
De acordo com reportagem publicada pelo site Novo Consenso, o banco de desenvolvimento também vislumbra a criação de token próprio para financiar obras de infraestrutura. “Inicialmente chamado de ‘BNDES Coin’, em alusão ao frenesi das moedas digitais, a iniciativa foi rebatizada internamente de ‘BNDES Token’, pois, na prática, compreende a ‘tokenização’ do real brasileiro. Com isso, o banco estatal pretende conceder financiamento em tokens que serão lastreados na moeda nacional. Até maio de 2018, a equipe de desenvolvedores do projeto pretende lançar uma prova de conceito. A ideia é que o financiamento de uma obra rodoviária do governo do Espírito Santo seja operacionalizada por meio de tokens. Assim, todo o caminho percorrido pelo dinheiro será totalmente transparente“, diz trecho do artigo.
Blockchain em outros processos
O setor bancário brasileiro tem feito diversos anúncios sobre testes de soluções em blockchain. Além de integrar o consórcio R3, o banco Itaú, por exemplo, anunciou testes que se baseiam na tecnologia da Ripple. A Febrabran, Federação Brasileira de Bancos, possui desde 2016 um grupo de trabalho que estuda a tecnologia, alguns testes já foram realizados com dados fictícios, como um cadastro único entre bancos que visa permitir que as instituições financeiras compartilhem as informações dos clientes entre si, agilizando processos internos.
Em uma conversa exclusiva com o Criptomoedas Fácil, a assessoria de imprensa do BNDES salientou que a tecnologia blockchain pode estar presente em outras iniciativas da instituição e destacou que o “Corda”, do grupo R3 (consórcio que reúne os maiores bancos do mundo), também pode integrar soluções do banco.
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“O BNDES estuda a aplicação da tecnologia de blockchain em outros processos relacionadas às operações de financiamento. O BNDES reconhece que a capacidade de geração de confiança é uma das características mais relevantes de uma solução em blockchain, que pode ser explorada, por exemplo, em iniciativas voltadas para a transparência. Além disso, o estímulo a utilização da tecnologia blockchain representa grande oportunidade para incentivar a aplicação da inovação em processos e produtos do banco. É importante esclarecer que a ferramenta TruBudget não é comparável com o Corda, uma vez que é um software aplicativo (para usuário final) e não um software de infraestrutura (sobre o qual é necessário realizar o desenvolvimento do sistema em si). Nada impede, porém, que o Corda e outras tecnologias sejam estudadas e consideradas pelo BNDES em projetos relacionados à tecnologia blockchain.”