Para tornar a transferência de recursos para filantropia mais segura, rápida e rastreável, o eSolidar, site de crowdfunding que apoia causas sociais, está testando a blockchain na campanha Fundo para Empreendedores de Impacto. A ação, promovida por um bloco formado por favelas brasileiras, o G-10, tem como objetivo arrecadar R$2 milhões para apoiar negócios de impacto social nas comunidades do grupo e ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade residentes de Paraisópolis, em São Paulo. O lançamento da campanha ocorreu durante o Slum Summit 2019 – 1º Encontro do G-10 Favelas, realizado neste sábado, 23 de novembro, e as doações poderão ser feitas até o dia 31 de março de 2020. As informações são da revista Forbes.
O CEO da eSolidar Marco Barbosa destacou a relevância da tecnologia para iniciativas como essas:
“Se há um segmento onde a blockchain faz todo o sentido é a filantropia, por causa da transparência, da possibilidade de auditoria e da remoção de intermediários no processo.”
De acordo com Barbosa, não é possível rastrear os recursos com os métodos de transferência tradicionais e eles ainda podem demorar muito até chegar ao destinatário. Além disso, há casos em que o recebedor não possui conta bancária. Desta forma, o eSolidar criou uma infraestrutura financeira que independe de instituições bancárias e na qual o doador sabe exatamente para onde enviou o dinheiro:
“As pessoas enviam dinheiro para um smart contact [contato inteligente em tradução livre]. Esses recursos só são liberados pelo próprio contribuinte mediante a prova de impacto fornecida pela entidade alvo da campanha. (…) Além disso, nenhum governo ou banco pode interferir no processo ou bloqueá-lo.”
Blockchain para erradicação da pobreza
Barbosa explica ainda que a tecnologia aplicada é funcional porque cerca de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo têm celulares, mas não possuem uma conta bancária. Segundo ele, a falta de acesso a serviços financeiros é uma das principais razões para a pobreza no mundo. Ele acrescentou:
“Vamos implementar uma das mais ousadas abordagens para erradicação da pobreza, uma renda mínima garantida, usando blockchain, junto de um grupo pré-selecionado de pessoas que vivem em favelas e estão em situação de alta vulnerabilidade (…) O que estamos oferecendo é um sistema onde qualquer pessoa do mundo com um smartphone e internet pode solicitar um microcrédito, doar e transferir valores”, explicou.
Para a ação específica do Fundo para Empreendedores de Impacto, a tecnologia será usada em um aplicativo. Assim, as pessoas em vulnerabilidade contempladas pela ação poderão retirar um valor diário para usar com as necessidades básicas, como por exemplo para comprar alimentos ou gás de cozinha.
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O G-10
O G-10 é bloco formado por líderes empreendedores de 10 favelas brasileiras que está empenhando esforços para promover o desenvolvimento econômico dessas áreas. O grupo é formado por: Rocinha (RJ), Rio das Pedras (RJ), Heliópolis (SP), Paraisópolis (SP), Cidade de Deus (AM), Baixadas da Condor (PA), Baixadas da Estrada Nova Jurunas (PA), Casa Amarela (PE), Coroadinho (MA) e Sol Nascente (DF).
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