A plataforma de empréstimo de criptomoedas BlockFi aparentemente desistiu de fazer o processo de recuperação judicial. De acordo com um novo pedido submetido ao Tribunal de Falência dos Estados Unidos, agora a empresa quer liquidar a sua plataforma de empréstimo.
De acordo com a BlockFi, a medida visa gerar fundos para pagar os credores. Com a liquidação, os credores tendem a receber os recursos que estarão dentro do processo.
Durante os últimos meses, a BlockFi realizou tentativas inúteis de vender a plataforma de empréstimo a terceiros. Houve ofertas para a compra, mas a BlockFi rejeitou todas alegando que o valor oferecido era menor do que as estimativas da empresa.
Além disso, a plataforma também está de olho em outra empresa com problemas, a FTX. De acordo com a empresa, as dívidas com a FTX e outros grandes credores podem impedir o pagamento aos clientes.
BlockFi parte para liquidação
A BlockFi divulgou o plano de reestruturação do Capítulo 11 em um documento ao Tribunal de Falências dos EUA em Trenton, Nova Jersey, na sexta-feira (12). O plano ainda precisa da aprovação do tribunal, mas a BlockFi disse que também submeterá a liquidação ao voto dos credores.
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A empresa, que entrou com pedido de recuperação judicial em novembro, citou os desenvolvimentos regulatórios como um dos motivos para não receber ofertas de qualidade de possíveis compradores. Ou seja, a pressão dos reguladores impediu a venda da plataforma.
De fato, o governo dos EUA exerceu uma forte pressão sobre o setor de criptomoedas desde o ano passado. E como epicentro da crise, as plataformas de empréstimos surgem como um dos serviços mais arriscados.
“Portanto, finalizar e consumar uma transação para a plataforma BlockFi não resultaria em uma transação conveniente de valor para o benefício dos credores dos devedores”, disse a empresa.
Dessa forma, a BlockFi decidiu proceder com a Operação de Auto-Liquidação, que faz parte do plano. Com isso, a empresa fará a distribuição dos seus bens aos credores nos termos do Plano. Por fim, a BlockFi liquidará totalmente sua massa falida, dividindo o valor entre seus clientes.
Dinheiro a receber
Além disso, a BlockFi revelou que o principal fator de recuperação para credores e clientes são as reivindicações contra suas contrapartes comerciais. Ou seja, grandes empresas com as quais a plataforma ainda tem créditos pendentes a receber.
Nesse grupo estão nomes como a exchange FTX, sua empresa irmã Alameda Research, o fundo de hedge Three Arrows Capital (3AC), a holding Emergent, de Sam Bankman-Fried e a corretora de commodities Marex.
De fato, a BlockFi recebeu uma linha de crédito rotativo de US$ 250 milhões da FTX no ano passado durante sua crise de liquidez em meio ao mercado em baixa. Mas as cinco plataformas devem à BlockFi, somadas, cerca de US$ 1 bilhão.
“Conforme descrito na Análise de Liquidação, as recuperações de clientes serão aumentadas ou diminuídas massivamente (com oscilações totais nas recuperações de clientes potencialmente excedendo US$ 1 bilhão) dependendo se a BlockFi pode ter sucesso nesses litígios, então acreditamos que vale a pena dedicar um tempo para perseguir”, disse a empresa.
Enquanto isso, um juiz dos EUA decidiu que os ativos nas contas de juros da BlockFi não pertencem a usuários que tentam recuperá-los. Isso deu um alívio financeiro para a empresa, apesar de prejudicar os seus clientes que possuem esse tipo de conta.
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