Em outubro de 2019, a B3 (Bolsa de Valores do Brasil) começou a oferecer o serviço de registro de duplicatas, que são uma espécie de nota de operações realizadas entre as grandes empresas e seus fornecedores. Agora, a B3 irá testar a tecnologia blockchain Corda para realizar a checagem dos registros de duplicatas.
De acordo com o portal Blocknews, essa verificação pretende garantir que uma duplicata seja registrada apenas uma vez. Isso porque, atualmente, não é possível saber se uma duplicata está registrada em mais de uma empresa. Quando há duplicidade ganha quem descontar a duplicata primeira, o que, segundo o portal, vai contra a natureza do registro que é oferecer segurança.
Além da B3, as registradoras de ativos CIP (Câmara Interbancária de Pagamentos), CERC (Central de Recebíveis) e CRDC (Central de Registros de Direitos Creditórios) também vão começar a testar a tecnologia nas próximas semanas.
A iniciativa das organizações visa atender a regra do Banco Central para que implementem a interoperabilidade entre as empresas do segmento. Caso o projeto tenha êxito, as empresas poderão usar a mesma infraestrutura para outras informações.
O superintendente de infraestrutura do mercado da CIP, Aldo Chiavegatti, explicou que a motivação principal para usar a blockchain é justamente a questão da interoperabilidade. Para ele, as fraudes nas duplicatas não são um problema, porque quando há duplicidade, em geral decorrerem de erro, uma vez que quem registra são as instituições financeiras.
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Chiavegatti destacou que cada uma das registradoras será um nó da blockchain, podendo verificar os registros no banco de dados.
“Mas somos competidores, então podemos preservar os dados em casa e cada uma transmite o que as outras precisam ver”, disse Chiavegatti, que afirmou Um banco de dados central tradicional teria mais brechas de segurança, completou.
A fase de testes terão início na segunda quinzena de abril e devem durar de um a dois meses.
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