A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, passou a incluir Bitcoin em seus portfólios modelo, abrindo caminho para uma nova demanda institucional pela criptomoeda.
De acordo com um documento de perspectiva de investimentos obtido pela Bloomberg , a empresa está alocando entre 1% e 2% de seus portfólios de alocação de ativos no iShares Bitcoin Trust ETF (IBIT), fundo que possui US$ 48 bilhões em ativos sob gestão.
A decisão, embora aplicada apenas a um subconjunto dos portfólios modelo da BlackRock, representa um passo significativo na adoção institucional do Bitcoin. Os portfólios modelo da BlackRock são combinações de fundos pré-definidas utilizadas por consultores financeiros.
Esses modelos têm crescido em popularidade nos últimos anos. Pequenas alterações nessas carteiras podem resultar em grandes volumes de investimento migrando entre diferentes classes de ativos.
“Acreditamos que o Bitcoin tem mérito como investimento de longo prazo e pode oferecer fontes únicas e adicionais de diversificação para os portfólios”, escreveu Michael Gates, gestor-líder da linha de portfólios modelo de ETFs da BlackRock, em um comentário de investimentos datado de 27 de fevereiro.
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Bitcoin passa a integrar portfólios modelo da BlackRock
O movimento ocorre em um momento de correção para o Bitcoin, que caiu para US$ 83.000 após ter alcançado US$ 110.000 no mês passado.
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A volatilidade da criptomoeda foi um dos fatores que levou a BlackRock a definir uma exposição ao Bitcoin em, no máximo, 2%, conforme um documento do BlackRock Investment Institute publicado em dezembro.
O IBIT, lançado em janeiro de 2024, teve uma das estreias mais bem-sucedidas da história dos ETFs. O ETF de Bitcoin da BlackRock acumulou mais de US$ 37 bilhões em aportes ao longo do ano passado. No entanto, nas últimas semanas, a demanda esfriou, e o fundo registrou saques de US$ 900 milhões. Ainda assim, segundo a BlackRock, o interesse de consultores financeiros por exposição ao Bitcoin dentro de portfólios modelo segue forte.
“Todos querem alocar mais em alternativos, mas precisam de orientação sobre como dimensionar, escalar e rebalancear a posição”, afirmou Eve Cout, chefe de design e soluções de portfólio para US Wealth na BlackRock.
A adição do IBIT foi uma das diversas mudanças feitas pela empresa em suas alocações. A BlackRock também reduziu seu excesso de alocação em ações, passando de 4% para 3%, e ajustou sua estratégia de crescimento em relação a investimentos de valor. No segmento de renda fixa, a gestora diminuiu sua exposição a títulos de longo prazo.
Na quinta-feira, os ajustes nos portfólios modelo resultaram na movimentação de bilhões de dólares entre os produtos da BlackRock. O destaque foi um influxo recorde de US$ 2,3 bilhões para o iShares 10-20 Year Treasury Bond ETF (TLH). Enquanto isso, o iShares 20+ Year Treasury Bond ETF (TLT) registrou uma saída de US$ 1,8 bilhão.
