A exchange de criptomoedas Bittrex, com sede em Seattle, que entrou com pedido de proteção contra falência na segunda-feira (08), conseguiu obter na justiça autorização para receber um empréstimo de 250 Bitcoins para usar em seu processo. Em reais, essa quantia equivale a cerca de R$ 34 milhões.
Embora o valor possa parecer alto, é apenas uma pequena fatia do total de US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões) em passivos que a empresa registrou em seu processo ao tribunal de falência de Delaware. Além disso, a Bittrex informou que possui mais de 100.000 credores.
Vale destacar que a exchange havia solicitado, no processo, autorização para obter um empréstimo de até 700 Bitcoins, ou seja R$ 95,7 milhões, a fim de reembolsar os clientes afetados e custear o fim de suas operações nos EUA.
Exchange consegue empréstimo de 250 BTC
Conforme noticiou a Reuters, o advogado da exchange, Susheel Kirpalani, disse ao juiz de falências dos EUA Brendan Shannon em uma audiência na quarta-feira (10) que a Bittrex tem criptomoedas suficiente para reembolsar todos os clientes.
Além disso, disse que o empréstimo garantirá uma liquidação suave de modo a proteger os ativos dos clientes. Diante disso, Shannon aprovou o empréstimo de forma provisória. Ele permitiu que a Bittrex tome emprestados 250 Bitcoins de sua controladora Aquila Holdings, que não está em processo de recuperação. Agora, Bittrex buscará permissão para tomar emprestado os 450 BTC adicionais em uma audiência em junho.
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Shannon disse que os termos do acordo com BTC eram favoráveis em comparação com outros empréstimos de falência. Ele ressaltou, sobretudo, a taxa de juros baixa de 4% e as proteções relacionadas à volatilidade do preço do Bitcoin. A Bittrex informou que pretende pagar pelo empréstimo em BTC.
O juiz também aprovou que a Bittrex remova nomes de clientes de documentos judiciais, concedendo mais privacidade ao processo. A defesa argumentou que revelar os nomes dos credores os sujeitaria a uma enxurrada de e-mails de phishing.
Processo de recuperação judicial da Bittrex
Conforme noticiou o CriptoFácil, o processo de proteção contra falência da Bittrex chegou cerca de um mês depois de a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) enviar uma notificação de Wells à exchange por supostas violações das leis de proteção ao investidor. O “Wells Notice” é um aviso emitido pela SEC para informar a uma empresa que a agência está considerando uma ação de execução contra ela.
Mas, antes disso, a Bittrex havia anunciado que encerraria as atividades nos EUA. No anúncio, a exchange citou incerteza regulatória nos EUA e disse que “não é economicamente viável” continuar a operar no país.
A empresa também deixou claro que a retirada dos EUA não afetaria os usuários da Bittrex Global. Da mesma forma, um porta-voz da exchange informou agora que o pedido de proteção contra falência não afetará a plataforma global. Dessa forma, as afiliadas globais da empresa também seguirão a operar exchanges de criptomoedas para clientes fora dos EUA.
Segundo a Reuters, as operações da Bittrex nos EUA representavam uma minoria de seus usuários em geral. As exchanges afiliadas com sede em Liechtenstein e Bermuda representavam cerca de 77% dos 5,4 milhões de usuários da empresa em 27 de março, de acordo com documentos judiciais.