A Bitso, principal corretora de criptomoedas no México, responde por 99,5% do volume de negócios no país. Esse dado foi revelado no relatório “The State of LATAM Crypto Markets“, da empresa de pesquisa Kaiko. Segundo o relatório, o volume total de operações na Bitso, durante 2024, alcançou MXN 4.215,4 milhões.
Por outro lado, o relatório apontou que, embora a Binance seja um grande player global, no México registrou apenas MXN 20,2 milhões em volume de negócios em 2024, enquanto a Bitfinex movimentou cerca de MXN 100.000. Esse cenário mostra o domínio absoluto da Bitso no mercado mexicano de criptomoedas.
O crescimento da Bitso também pode ser atribuído às suas taxas competitivas. A empresa cobra dos usuários 0,075% e 0,098% para mercados contra BTC, em comparação com 0,5% e 0,65% para mercados contra MXN. Esse diferencial torna a Bitso mais atraente para os investidores.
Bitso ganha em disparada no México e Binance domina no Brasil
De acordo com o relatório da Kaiko, mais de 3 milhões de pessoas no México possuem criptomoedas. Os volumes mensais de negociação em pesos mexicanos aumentaram constantemente desde setembro de 2023, embora permaneçam abaixo dos níveis de janeiro de 2023.
O aumento da adoção de criptomoedas no México pode ser visto como uma resposta à inflação e às instabilidades políticas na região. Por exemplo, na Argentina, as criptomoedas foram usadas para combater a inflação crescente, sugerindo um potencial de adoção maior em toda a América Latina. As stablecoins continuam populares nas corretoras, mas o Bitcoin também tem se valorizado em relação às moedas locais, oferecendo uma reserva de valor em tempos de incerteza política.
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Além disso, o relatório também revela que, além do México, outros países como Argentina e Colômbia também se tornaram players relevantes no cenário das criptomoedas na América Latina. De acordo com o relatório, a movimentação de mais de US$ 15 milhões em criptomoedas feitas em ambos os países chama atenção quando mais de 50% da operação é feita por meio da Bitso. Nesses países, sobra para a Binance a relevância apenas no câmbio de BTC para moeda fiat local.
Já no Brasil, o relatório releva que mais de 80% das operações são feitas pela Binance. A segunda colocação em número de operações fica com o Mercado Bitcoin, corretora nacional. A Bitso, no entanto, aparece com cerca de 3% do total de operações.
A importância da Argentina para a Bitso
A Argentina é um mercado chave para a Bitso, com 1,5 milhão de usuários de um total de 8 milhões na região. Julián Colombo, diretor-geral da Bitso na Argentina, afirmou que o país tem uma alta adoção de criptomoedas, mas ainda há muito potencial para crescimento.
A Bitso oferece uma plataforma digital completa para retornos, transferências e armazenamento de mais de 50 criptomoedas, além de produtos para empresas, como transações de pagamentos cripto e internacionais. Essa ampla gama de serviços fortalece a posição da Bitso como líder em serviços financeiros baseados em criptomoedas na América Latina.
Participação de mercado na América Latina
Na América Latina, a Binance e a Bitso dominam o volume de negócios. A Binance possui 49,7% do mercado, enquanto a Bitso acumula 40,7%. O relatório “The State of LATAM Crypto Markets Trends in Trading Activity” da Kaiko detalha essa divisão, mostrando que, apesar da liderança global da Binance, empresas locais como Bitso e MercadoBitcoin estão desafiando seu domínio na região.
Em março, o volume de negociações através das corretoras aumentou acentuadamente, atingindo 3 bilhões de dólares, seguido por abril e maio com 2 bilhões de dólares. Desde então, o volume mensal de trocas não caiu abaixo de 2 bilhões de dólares.
A Binance, embora ainda líder global, enfrenta desafios legais em vários países, incluindo EUA, Nigéria e Filipinas. A SEC processou a Binance em junho de 2023, acusando a empresa de vender títulos não registrados e operar ilegalmente nos EUA. Essa incerteza regulatória pode ter beneficiado a Bitso e outras operadoras locais na América Latina.
Objetivos e ampliação de mercado
A Bitso Business, divisão B2B da Bitso, cresceu 187% no primeiro trimestre de 2024. A empresa administra mais de 10% do volume de remessas no corredor México-Estados Unidos, oferecendo serviços a empresas nos EUA, Argentina, México, Brasil e Colômbia. Essa expansão foi impulsionada pela nomeação de Imran Ahmad como CEO, que já liderava interinamente a divisão desde janeiro.
A empresa utiliza a tecnologia blockchain para facilitar pagamentos e transferências transfronteiriças, permitindo que empresas globais movimentem dinheiro de forma rápida e econômica. A plataforma atende setores como e-commerce, balcão e jogos, oferecendo uma API unificada para integração com sistemas bancários locais. A tecnologia da Bitso é adotada por empresas que movimentam grandes volumes de dinheiro e necessitam de alta liquidez e tempos de liquidação rápidos.
Ahmad, afirmou ainda que a empresa combina uma década de experiência na transformação das finanças na América Latina com serviços de classe mundial para empresas globais. A Bitso Business busca ser a primeira escolha para empresas que necessitam de pagamentos internacionais na região. A empresa oferece APIs fáceis de usar, cobertura regulatória e alta liquidez, permitindo que as empresas movimentem dinheiro de forma lucrativa e transparente.
Além disso, Daniel Vogel, CEO e cofundador da Bitso, destacou a importância da liderança de Imran Ahmad para a empresa. Sob sua direção, a Bitso Business está posicionada como o parceiro ideal para empresas que buscam soluções confiáveis para pagamentos internacionais, cobrindo diversas moedas, desde FIAT até stablecoins.
