O tão especulado hard fork na rede Ethereum (ETH) continua gerando polêmica no mercado. Desta vez, com a BitMEX, que planeja oferecer exposição alavancada no ETHPOW, nome do token que representará o hard fork.
A divisão ainda não aconteceu, mas o hard fork já está causando polêmica no mercado. O ETHPOW, com o nome já diz, manteria o consenso de Prova de Trabalho (PoW) e, assim a mineração. Ele surgiu como um protesto contra a atualização The Merge, que causará o fim da PoW no Ethereum.
No entanto, a maioria dos desenvolvedores e protocolos não estão apoiando o fork. A Chainlink recentemente se manifestou afirmando que não dará suporte a uma eventual divisão do Ethereum.
Contrato altamente especulativo
A partir desta terça-feira (9), os traders poderão realizar empréstimos e apostar no token. A BitMEX permitirá um nível de alavancagem de até duas vezes. Ou seja, se o cliente tiver US$ 2.000 em sua conta, ele poderá operar com um limite de até US$ 4.000.
Para utilizar contratos, o cliente precisará deixar USDT como garantia de margem, na rede Ethereum (ERC-20).
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Como o ETHPOW ainda não existe, ele não possui um preço de referência para os contratos. Mas a BitMEX destacou que os contratos serão diferentes dos tradicionais. Por exemplo, eles usarão a marcação do último preço para compensar a falta dessa referência.
Haverá também limites nos lances máximo e mínimo que os traders podem colocar em torno desse preço. Os limites terão atualizações automáticas realizadas a cada hora.
A BitMEX também afirmou que o contrato inclui maiores riscos de desalavancagem automática, já que o contrato é “puramente especulativo” no momento. “Este é um contrato altamente especulativo (o ETHPOW ainda não existe e pode nunca existir)”, diz o anúncio.
Problemas do hard fork
Embora ofereça suporte ao ETHPOW, a BitMEX tem dúvidas em relação ao sucesso do hard fork. Os analistas expressaram dúvidas sobre a viabilidade a longo prazo de uma divisão, sobretudo pela falta de apoio da comunidade.
No entanto, a BitMEX reconheceu que poderia fornecer uma oportunidade comercial lucrativa de “curto a médio prazo”. E é justamente nesse sentido que a plataforma lançou os novos contratos futuros.
Além disso, o cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, observou recentemente um problema que pode enfrentar futuros hard forks do Ethereum: falta de cooperação dos emissores de stablecoin. Eventualmente, uma stablecoin pode deixar de funcionar em uma das redes.
“Porque nesse ponto, você terá 100 bilhões de USDT em uma blockchain e 100 bilhões de USDT na outra blockchain. Assim, eles [Tether ou outros emissores] precisam parar de respeitar um deles”, explicou Buterin na Conferência BUILD em 7 de agosto.
Isso representa um problema, pois o tipo de token mais utilizado no Etherem é justamente as stablecoins. Se seus emissores pararem de aceitar resgates para o token em uma determinada blockchain, os tokens dessa cadeia perderão a paridade ao dólar, prejudicando toda a sua economia.
Sobre o hard fork
Quem deu início ao rumor sobre uma divisão no Ethereum foi Chandler Guo, um influente minerador da rede. No mês passado, Guo e outros “indivíduos relevantes” dentro da comunidade do Ethereum começaram a discutir ativamente como coordenar essa divisão.
Caso a divisão de fato aconteça, a data mais provável para isso é 19 de setembro, data estipulada para o lançamento da The Merge. A partir desse dia, a mineração via PoW efetivamente acabará, dando lugar ao PoS. Isso transformará o método pelo qual a rede é protegida, eliminando a necessidade de consumo intenso de energia.
Em outras palavras, a indústria de mineração Ethereum será encerrada, acabando com os lucros dos mineradores. Dessa forma, a divisão incentivará seus participantes a pressionar por uma divisão da rede.
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