A tensão entre defensores do Bitcoin (bitcoiners) e o JPMorgan atingiu um novo patamar nesta semana. A comunidade enxergou o banco como responsável direto pela forte pressão sobre a Strategy, maior detentora institucional de BTC no mundo. Milhares de investidores passaram a acusar o JP Morgan de manipular o mercado e desencadear um movimento coordenado para derrubar o preço do ativo.
A confusão começou quando o Bitcoin e as ações da Strategy despencaram sem qualquer aviso. O choque tomou forma quando analistas ligaram a queda à proposta da MSCI, que pretende excluir empresas com mais de 50% do balanço em criptomoedas a partir de janeiro de 2026. A Strategy seria a primeira afetada porque já mantém mais de 90% de seus ativos concentrados em Bitcoin.
Logo após a divulgação da proposta, um relatório assinou o início da crise. O JPMorgan publicou uma análise calculando que a possível exclusão poderia provocar US$ 2,8 bilhões em vendas forçadas da Strategy, podendo chegar a US$ 8,8 bilhões se outras empresas adotassem a mesma estratégia de tesouraria em BTC. Essa projeção alarmou o mercado e intensificou a volatilidade.
A comunidade Bitcoin reagiu imediatamente. Muitos investidores acusaram o banco de vender suas próprias posições em Strategy dias antes do relatório e manter exposição vendida de maneira silenciosa. Traders passaram a perguntar se o documento refletia uma análise técnica ou apenas uma tentativa de pressionar o preço e influenciar o sentimento do mercado.
A situação piorou quando a Empery Digital afirmou que o JP Morgan elevou, sem aviso público, as margens exigidas para operações com Strategy em 7 de julho. De acordo com a empresa, essa mudança forçou liquidações e aprofundou ainda mais a queda do papel. Assim, o sentimento de desconfiança se espalhou rapidamente por toda a comunidade cripto.
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Bitcoiners x JPMorgan

Em resposta à crescente hostilidade, Michael Saylor defendeu a Strategy e rejeitou a ideia de que a empresa funciona como um fundo passivo. Ele reforçou que a companhia continua atuando como uma desenvolvedora de software, gera US$ 500 milhões por ano e administra US$ 7,7 bilhões em produtos financeiros lastreados em Bitcoin. A fala aumentou o apoio entre os Bitcoiners, que passaram a atacar com mais intensidade o JP Morgan.
Enquanto isso, influenciadores fortaleceram a campanha de boicote. Max Keiser pediu que usuários encerrassem suas contas no JP Morgan e comprassem Bitcoin ou ações da Strategy. O investidor Grant Cardone anunciou que retirou US$ 20 milhões do banco e ameaçou entrar com ações judiciais. Em apenas 24 horas, milhares de perfis passaram a usar as hashtags #BoycottJPMorgan e #DeleteJPMorgan.
O movimento ganhou ainda mais força porque parte da comunidade lembra das críticas antigas de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, que já chamou o Bitcoin de “fraude” e liderou medidas de desbancarização contra empresas cripto no passado. Para muitos Bitcoiners, a proposta da MSCI seria apenas mais uma tentativa de bloquear estratégias de tesouraria baseadas em BTC.
Se a MSCI mantiver a regra, empresas que utilizam Bitcoin como ativo de reserva podem perder espaço nos índices globais, o que reduziria acesso a bilhões em fluxos passivos. Assim, a disputa deixa de ser apenas financeira e passa a representar um choque direto entre o mercado tradicional e a cultura Bitcoin.
A briga segue aberta, e os próximos dias devem definir se o boicote ganhará ainda mais força ou se o debate recuará diante da pressão institucional.

