Ao que parece, os fundos de Bitcoin e outras criptomoedas caíram definitivamente no gosto dos brasileiros. Um levantamento recente divulgado pelo Valor Econômico revelou que os fundos de criptoativos alcançaram a quarta posição entre os investimentos mais buscados em setembro – um feito significativo, considerando que em agosto sequer figuravam no ranking.
A ascensão meteórica desses fundos fez com que superassem investimentos tradicionais que há anos dominavam as preferências dos brasileiros. Os CDBs ficaram na quinta posição, seguidos pelo Tesouro Direto (sexto), LCI e LCA (sétimo) e LC e RDB (oitavo). Apenas fundos de ações (primeiro), ações livres (segundo) e fundos multimercado (terceiro) foram mais buscados.
Bitcoin ou Tesouro Direto?
O cenário é ainda mais surpreendente por ocorrer em um momento em que a Selic permanece em 15% ao ano – o maior patamar em quase duas décadas. Historicamente, juros nesse nível tornariam os títulos públicos e CDBs extremamente atrativos.
No entanto, os dados mostram que os investidores estão mirando em ativos de maior risco. Isso sugere que o mercado está mais atraído pelos ganhos expressivos do Bitcoin e altcoins nas últimas semanas do que em se tornar credor do Brasil.
Esse comportamento pode ser explicado por dois fatores principais. Primeiro, a perspectiva de cortes futuros na taxa de juros, que tornaria a renda fixa menos atrativa. Segundo, o cálculo de que o retorno potencial da renda variável em um mercado aquecido supera a atratividade do retorno garantido da renda fixa.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Demanda em alta
Para atender a essa demanda crescente, as instituições financeiras brasileiras estão se movimentando. Os investidores encontram hoje no mercado opções como os ETFs de criptomoedas – caso do BITH11 e HASH11 – que replicam o desempenho de ativos individuais ou de cestas diversificadas de criptomoedas e que eles negociam diretamente na B3.
Recentemente, o Itaú, maior banco privado do Brasil, criou recentemente uma área específica dentro da Itaú Asset dedicada exclusivamente ao desenvolvimento de fundos de criptoativos, comandada por João Marco Braga da Cunha, ex-diretor da Hashdex.
Já a Caixa Econômica Federal anunciou seu primeiro fundo de criptoativos em parceria com a Hashdex. Batizado de Caixa Expert Hashdex Nasdaq Crypto Index, o produto oferece exposição regulada a uma cesta diversificada de criptomoedas, replicando o desempenho do Nasdaq Crypto Index.
Este movimento duplo – tanto por parte dos investidores quanto das instituições financeiras – sinaliza um momento de maturidade no mercado brasileiro de investimentos. Os fundos criptos, antes vistos com ceticismo, agora conquistam seu espaço na berlinda. Ajudados, vale dizer, pelas novas máximas do Bitcoin, em ascensão meteórica desde a criação dos ETF de Bitcoin, em 2024.