A ilha de Fiji, um dos vários países insulares do Pacífico, elegeu Sitiveni Rabuka como seu 12º primeiro-ministro no início do mês. Rabuka, que tem 74 anos, é marcado por duas curiosidades. A primeira é o seu apelido, “Rambo”; a segunda, ele é um grande defensor do Bitcoin.
Lord Fusitu’a, ex-membro do Parlamento de Tonga, nação vizinha a Fiji, confirmou a informação e parabenizou Rabuka pela vitória. Além disso, o ex-parlamentar defendeu uma ideia ousada: Fiji e Tonga adotarem o BTC como moeda legal em 2023.
Se isso acontecer, aumentaria para dois o número de países que possuem o BTC como moeda. Fusitu’a já manifestou esse desejo no passado, e agora conta com um forte aliado na região.
União Bitcoin na Oceania? Fonte: Twitter.
‘Vamos 2 por 2’
Com a vitória de Rabuka, o Partido da Aliança do Povo (PAP) tornou-se o novo grupo político dominante na República de Fiji. O político, que já esteve no comando da nação insular, sucede ao ex-primeiro-ministro Frank Bainimarama.
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No ano passado, Fusitu’a revelou ele e Rabuka tiveram uma reunião sobre mineração renovável de bitcoin e como isso poderia beneficiar Fiji. Assim como El Salvador, Tonga e Fiji possuem fontes de energia geotérmicas através dos vulcões que existem nas ilhas.
Fiji ainda possui uma grande capacidade hidrográfica em relação ao seu tamanho, com rios que podem gerar energia hidrelétrica.
Por isso, Fusitu’a também instou o novo governo de Fiji a mergulhar mais fundo no mundo da criptografia e adotar o BTC como meio de pagamento oficial. O nobre também afirmou que Tonga deve seguir o mesmo caminho no próximo ano.
Assumindo que Fiji e Tonga de fato façam isso, eles se tornarão o terceiro e o quarto países em todo o mundo onde o BTC tem curso legal. Dessa forma, entrariam num seleto grupo que hoje conta com El Salvador e a República Centro-Africana.
As ilhas do Pacífico fazem parte do Cinturão de Fogo, uma área que possui intensa atividade vulcânica. Ou seja, Fiji e Tonga poderiam empregar a energia de seus vulcões ativos na mineração de BTC.
Por outro lado, a introdução do BTC poderia aumentar a inclusão financeira em Fiji e melhorar a questão das remessas. Cerca de 11% do PIB fijiano é proveniente de remessas vindas de fijianos que moram no exterior – em Tonga, o percentual é ainda maior: 45%.
Planos de Tonga
Tonga demonstrou suas intenções de introduzir o BTC como moeda legal no início de 2022. Fusitu’a supostamente se uniu a Jack Mallers, CEO da Strike, para lançar o projeto em Tonga. O ex-deputado afirmou que a nação poderia se tornar mais “competitiva e rica” se adotasse o ativo digital.
“Uma economia que usa Bitcoin para pagamento em todas as etapas da cadeia de suprimentos. Pague por raízes de mandioca e gado em Bitcoin desde o fornecedor agrícola até a garçonete que serve para você no bar de carnes do Kardo e cada passo intermediário em BTC”, acrescentou.
Fusitu’a sugeriu que o projeto de lei declarando bitcoin como curso legal em Tonga deveria ter chegado ao Parlamento em setembro/outubro. No entanto, o órgão governante ainda não deu luz verde a essa legislação.
No caso de Fiji, o país nunca revelou nenhuma intenção de adotar o BTC como moeda. Mas talvez a gestão do “Rambo” fijiano tome algum movimento nesse sentido.