A pandemia de Covid-19 desencadeou uma das crises financeiras mais intensas da história. Em poucos meses, bolsas de valores despencaram no mundo inteiro. Empresas foram fechadas, empregos ameaçados, levaram o governo a implementar medidas de auxílio para a população.
Nos Estados Unidos, tais medidas, implementadas inicialmente para estimular o consumo, tiveram um efeito oposto. Ao invés de consumir, as pessoas passaram a poupar dinheiro, e cada vez com mais intensidade.
Apenas em abril, foram registrados US$ 865 bilhões (R$ 4,5 trilhões) em depósitos, informou a CNBC. Desde janeiro foram US$ 2 trilhões (R$ 11 trilhões) a mais em depósitos, um recorde. O dinheiro nas contas bancárias agora está em US$ 15,4 trilhões, mostram os números de junho.
Auxílio do governo contribuiu com alta poupança
Desde o início da pandemia, quantidades recordes de dinheiro foram injetadas nas contas bancárias dos EUA para ajudar no caos do COVID-19. Foi dado um cheque único de US$ 1.200,00 (R$ 6.000,00) para todos os cidadãos em forma de auxílio.
Além do programa, o Federal Reserve (Fed) um programa ilimitado de compra de títulos pelo Federal Reserve, para dar mais liquidez à economia. Contudo, o receio pelo agravamento da crise fez as pessoas pouparem dinheiro por causa dos tempos incertos.
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Esse dinheiro está guardado em contas bancárias. Os maiores bancos dos EUA (JPMorgan Chase, Bank of America e Citigroup) experimentaram crescimento astronômico em seus depósitos. Só para ilustrar, hoje existe um excedente de caixa que os bancos não sabem o que fazer com esse dinheiro.
Contraste com o Brasil
Se os norte-americanos aumentaram sua poupança durante a crise, os brasileiros provaram que não são bons poupadores. Após mais de três meses de isolamento, já se fala em prorrogar o auxílio emergencial de R$ 600,00 dado pelo governo.
Uma pesquisa do jornal Folha de São Paulo confirma isso. De acordo com os dados, o brasileiro pode ser caracterizado como “imediatista exacerbado”. Embora 51% da população que ganha acima de 10 salários mínimos consiga poupar, 58% desse total poupa apenas 1 a 10% de seus ganhos, um percentual muito baixo.
E aqui estamos falando de brasileiros com renda mais alta. Quando passamos para pessoas de baixa renda, o cenário diminui. A grande quantidade de pedidos do auxílio emergencial mostra isso. São mais de 50 milhões de pedidos, com outros 10 milhões ainda em análise. Nada menos que 40% dos brasileiros.
E ao não pouparem, os brasileiros não conseguem investir e construir patrimônio. Desse modo, a poupança não serve para aproveitar o potencial de riqueza de várias aplicações, como o Bitcoin.
Aumento da poupança beneficia o Bitcoin?
O aumento da quantidade de dinheiro nos bancos pode beneficiar o Bitcoin. Por mais paradoxal que isso pareça, trata-se de uma hipótese que faz sentido. Os juros mais baixos e o aumento das dívidas dos governos pode levar as pessoas a investir em ativos alternativos.
Grandes investidores sustentam essa tese de crescimento na crise. É o caso de Mike Novogratz, para quem o Bitcoin oferece opções não correlacionadas e mais seguras do que os mercados tradicionais.
Voltando ao exemplo da poupança, nem todos deixaram seu dinheiro nos bancos. Muitas pessoas aproveitaram para comprar Bitcoin. A exchange norte-americana Coinbase registrou picos de compra exatamente na época em que o auxílio estava sendo distribuído.
Os defensores da “teoria do porto seguro” acreditam que o Bitcoin não está correlacionado com os mercados globais, incluindo o dólar. Por isso, ele é uma aposta segura em tempos de mercados difíceis. O Bitcoin sofreu com a queda em março, assim como os mercados globais. Porém, ele se recuperou desde então, se valorizando mais rapidamente do que o mercado de ações.
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