O Bitcoin (BTC) registra leve queda de 0,3% e abriu a sexta-feira (31) valendo US$ 109.800. Com isso, a criptomoeda praticamente confirma que terá seu primeiro “uptober” negativo desde 2018.
Em pleno dia no qual o white paper do Bitcoin completa 17 anos de lançamento, o preço do Bitcoin registra desvalorização acumulada de 3,52% neste mês de outubro. O resultado é levemente inferior aos 3,83% de perda registrados em outubro de 2018. Mas é bem inferior ao resultado do ano passado, quando o Bitcoin se valorizou 10,76%.
Assim como o Bitcoin, todas as criptomoedas do Top 10 registraram baixas. O destaque para a queda de 3% na BNB e Solana (SOL) e na queda de 1,5% do Ethereum (ETH). Em seguida veio a XRP, cujo preço teve perda de 2,6%, e a Dogecoin (DOGE) se desvalorizou 2,3%.
No Top 100, a Zcash (ZEC) se valorizou 7% e teve a única alta relevante do dia, junto com a alta de 3,8% do token WBT. Mas a surpresa ficou com o token FIGR_HERLOC, já que seu preço despencou 76,6%. Essa queda ocorreu devido a um “flash crash” (queda relâmpago), quando o preço de um ativo despenca de forma rápida.
O FIGR_HELOC representa dívidas de linhas de crédito com garantia imobiliária (“HELOCs”) originadas pela empresa Figure Technologies e tokenizadas na blockchain Provenance. Seu preço valia cerca de US$ 1,00, mas despencou para US$ 0,23 após a forte desvalorização.
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A queda foi rápida e eliminou mais de US$10 bilhões em valor de mercado no momento mais intenso. Mas o preço ainda não se recuperou e o perfil da Figure no X não emitiu qualquer comunicado sobre os motivos desta queda.

Traders seguem otimistas com Bitcoin
Com a nova desvalorização do Bitcoin, a faixa entre US$ 108 mil e US$ 110 mil se torna, agora, um ponto de defesa essencial. Guilherme Prado, country manager da Bitget, aponta que o momento negativo pode gerar novas perdas no curto prazo”.
“A perda desse suporte (US$ 108 mil) pode acelerar movimentos em direção aos US$ 105 mil, enquanto uma reação positiva abre espaço para uma recuperação rumo aos US$ 112 mil a US$ 115 mil. No curto prazo, o mercado parece focado em digestão macro e desalavancagem, sinalizando que, por ora, o conservadorismo prevalece sobre o apetite ao risco em cripto”, explicou.
Já o analista Pierre Rochard explica que “grandes investidores realizando lucros” continuam pressionando o Bitcoin. Essa tese é defendida por outros traders, que explicam as perdas do Bitcoin por meio dessas vendas. Afinal, com a criptomoeda valendo mais de US$ 100 mil, muitos traders que compraram Bitcoin quando ele valia centavos começam a vender e direcionar o dinheiro para outros objetivos.

Outros usuários concordaram, com um deles apontando que as mudanças no mercado são “rotações cíclicas, não mudanças estruturais“. Em outras palavras, o Bitcoin continua com seus fundamentos intactos.
“Quando a liquidez se normalizar e os ventos favoráveis macroeconômicos retornarem, o capital voltará a girar em direção à escassez e à neutralidade — e o Bitcoin continua sendo a expressão mais pura de ambas”, explicou Rochard.
De fato, investidores de longo prazo têm realizado lucros, com um relatório da Glassnode divulgado em agosto revelando que os endereços que possuem BTC por mais de 155 dias acumularam 3,27 milhões de BTC neste ciclo, um recorde superado apenas pelo pico de 2017.

