Pelo quarto dia consecutivo, o preço do Bitcoin (BTC) abre mais uma vez em baixa. De acordo com o CoinGecko, a criptomoeda registra leve queda de 0,3%, o que fez seu preço atingir US$ 95.661 nesta terça-feira (18). Já o volume de negociação atingiu US$ 27,9 bilhões, enquanto o valor de mercado do BTC caiu para US$ 1,899 trilhão.
Essa queda se espalhou pela maioria das criptomoedas e contaminou especialmente o Top 10, que não registrou nenhuma valorização nas últimas 24 horas. Nesse sentido, o pior resultado do dia ficou com a Solana (SOL), cujo preço caiu 8,4% e fez a criptomoeda desabar para US$ 168 – bem longe do nível de US$ 200.
Já no Top 100, o único destaque positivo ficou com a Maker (MKR) e sua alta de 10,6%. O token HYPE chegou a subir 10% depois do lançamento de sua Ethereum Virtual Machine (EVM), mas o preço perdeu força e passou a operar em queda de 5,9%.
- Criptomoedas do Top 10. Fonte: CoinGecko.
“Do ponto de vista técnico, o Bitcoin perdeu suportes-chave, sinalizando uma possível continuação da tendência de baixa caso não haja uma recuperação convincente nos próximos dias”, afirma Kais Altabbaa, analista da Bitget.
Segundo o analista, o suporte atual do BTC está na zona de US$ 93.630, e um rompimento desse suporte pode fazer o BTC cair abaixo de US$ 85.000. Por outro lado, as regiões de US$ 99.000 e US$ 100 mil continuam agindo como as principais resistências que, se rompidas, podem levar o Bitcoin a US$ 130 mil em fevereiro.
Fort Knox
Curiosamente, um catalisador improvável para a alta do Bitcoin pode vir do estado do Kentucky, onde se localiza parte da Reserva de Ouro dos EUA. A reserva está num depósito localizado na cidade de Fort Knox, cuja fama é tamanha que a cidade virou símbolo do depósito.
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Mas a última vez que o Fort Knox passou por uma auditoria foi há 50 anos, em 1974. Ou seja, três anos antes do fim do padrão ouro. E agora, Elon Musk quer que o seu Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) vasculhe o depósito de Fort Knox para saber se os EUA possuem todo o ouro que está nos registros.
De acordo com dados do CEIC Data, os EUA possuem cerca de 8.300 toneladas de ouro em suas reservas, o que corresponde a US$ 11 bilhões. No entanto, estas são estimativas feitas por auditorias independentes.
E a senadora Cynthia Lummis, proponente da lei de Reserva de Bitcoin, já pediu ao governo de Donald Trump que trocasse parte de suas reservas de ouro por Bitcoin, o que indica que a auditoria do Fort Knox pode até beneficiar o preço do BTC.
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Total das reservas de ouro dos EUA (em USD). Fonte: CEIC Data
Auditoria do ouro pode beneficiar Bitcoin
O ouro e o Bitcoin têm uma relação inversa: quando o preço do metal cai, o BTC tende a se valorizar. E desde o início do ano os ETFs de Bitcoin receberam maior quantidade de entradas do que os de ouro. E entre as vantagens da criptomoeda sobre o metal está a facilidade de auditoria de reservas de BTC.
Afinal, os dados de transação são públicos na blockchain: qualquer pessoa pode verificar de forma gratuita o saldo de qualquer carteira, incluindo a dos ETFs. Já as reservas de ouro dependem de auditorias independentes (que podem conter imprecisões) ou estatais (que não são feitas há meio século, no caso de Fort Knox).
Um famoso analista de criptomoedas, MaxPain, acrescentou que se o DOGE encontrar inconsistências nas reservas de ouro dos EUA, os investidores podem perder a confiança no ouro. Eventualmente, isso levaria ao aumento do interesse pelo Bitcoin devido a sua maior capacidade de auditoria.
A parte difícil é que todo o mercado financeiro entrará em pânico se a auditoria de Elon Musk encontrar ouro falso ou desaparecido, o que pode gerar uma forte queda generalizada. Entretanto, uma simples discrepância entre os saldos pode abrir os olhos do mercado para as vantagens do BTC.
