Nesta sexta-feira (17), o mercado de Bitcoin é criptomoedas sofreu mais uma forte queda depois que o presidente Donald Trump afirmou que os Estados Unidos “estão em guerra comercial” contra a China. Trump acusou o país de “deliberadamente” não comprar soja dos EUA com o objetivo de “prejudicar” agricultores do país.
De acordo com Trump, os EUA estudam medidas de retaliação que podem incluir o encerramento de acordos com o governo chinês. Como resultado, a frase derrubou o preço do Bitcoin (BTC), que caiu 6,3% e chegou ao fundo de US$ 104.600.
Todas as criptomoedas do Top 10 caíram forte, com destaque para a perda de 11,8% da BNB e a queda de 10,3% da Solana (SOL). Já o preço do Ethereum (ETH) teve perda de 8% e caiu para US$ 3.711. No total, o valor de mercado das criptomoedas teve forte queda de 7,2% e recuou para US$ 3,6 trilhões.
Os tokens de ouro foram os únicos destaques positivos do Top 100, com PAXG e XAUT se valorizando 3% e 2,5%, respectivamente. Esse movimento acompanha o do ouro em si, que chegou a US$ 4.300 por onça-troy e quebrou mais um recorde. Em 2025, o metal acumula ganhos de 71% e é de longe o melhor investimento do ano.
Soja e guerras esfriam relação EUA-China
A maior reclamação de Trump contra a China diz respeito à compra de soja pelo gigante asiático. Os chineses compraram mais de US$ 12 bilhões em soja dos EUA em 2024, mas zeraram as importações em setembro de 2025. Já os chineses afirmaram que voltariam a comprar a soja dos EUS, mas pediram em troca o fim das “taxas irracionais” impostas pelo governo Trump.
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Nos EUA, agricultores enfrentam risco de falência e prejuízos bilionários, já que até 60% da produção de soja de alguns estados destina-se ao mercado chinês. Trump, por sua vez, acusou o governo chinês de cometer um “ato hostil” contra os EUA.
“Acredito que a China, propositalmente, não compra nossa soja, causando dificuldades aos nossos produtores de soja, é um ato economicamente hostil”, escreveu.
Os índices de ações dos EUA fecharam em queda: o S&P 500 caiu 0,63% na quinta-feira (16) e o Nasdaq 100 perdeu 0,14%.
O governo Trump impôs novas tarifas de 100% contra as importações chineses nesta semana, fato que deu início à forte correção do Bitcoin. Desde então, o preço da criptomoeda caiu mais de 13% e saiu de US$ 120 mil para os atuais US$ 104 mil, sem dar muitos sinais de recuperação no curto prazo.
“Do lado técnico, o Bitcoin enfrenta uma forte zona de oferta entre US$ 115 mil e US$ 116.700, faixa que já provocou rejeições recentes. Um rompimento consistente dessa região poderia abrir espaço para uma nova pernada de alta em direção aos US$ 120 mil. Já o suporte imediato está na faixa dos US$ 110 mil a US$ 111 mil, com um piso mais abaixo em torno de US$ 106 mil”, disse Guilherme Prado, country manager da Bitget.
Vendas a descoberto se acumulam, mas Bitcoin pode se recuperar
João Wedson, fundador da Alphractal, também fez sua análise do preço do Bitcoin. Em seu perfil no X, o brasileiro destacou que muitos traders abriram posições vendidas recentemente, apostando que o ciclo de alta do Bitcoin acabou. Esse aumento nas vendas a descoberto, no entanto, pode preparar o cenário para uma recuperação de curto prazo.
Se posições vendidas suficientes forem necessárias para cobrir, o preço do BTC pode rapidamente se recuperar para cerca de US$ 117 mil “em poucas horas”. Isso ocorreria em caso de “short squeeze” que resultasse na liquidação de várias posições vendidas.
De acordo com a análise da CryptoQuant, a recente movimentação do Bitcoin no mercado revelou a eficiência brutal das negociações alavancadas. Curiosamente, dois grandes eventos de liquidação de posições compradas na Binance puniram os compradores superextendidos.
A primeira onda de liquidações atingiu cerca de US$ 114.600, com mais de US$ 573 milhões em posições compradas sendo eliminadas. Logo em seguida, uma segunda liquidação surgiu perto de US$ 111.270, que causou mais de US$ 383 milhões em perdas. No total, o mercado sofreu mais de US$ 1,2 bilhão em liquidações, de acordo com o Coinglass.