Após várias semanas de desempenho negativo, o Bitcoin (BTC) perdeu o suporte dos US$ 100 mil. Seu preço caiu 5,8%: a maior queda diária desde a perda de 6,4% em 03 de agosto. Isso fez o Bitcoin recuar para US$ 97.000. Com a queda desta sexta-feira (14), o Bitcoin atinge seu menor patamar de preço desde o dia 07 de maio.
No Top 10, o Ethereum (ETH) caiu 9,2% e teve a maior perda do Top 10, junto com a desvalorização de 8,5% da Solana (SOL). Somente quatro criptomoedas do Top 100 registraram ganhos, enquanto a AAVE caiu 13% e liderou as perdas do dia.
A queda recente tem relação com dois fatores. Em primeiro lugar está o aumento das posições liquidadas, que atingiu US$ 1,1 bilhão nas últimas 24 horas. Desse total, o Bitcoin responde por US$ 510 milhões, o que representa uma das maiores liquidações diárias de 2025, de acordo com o Coinglass.
Preço do Bitcoin hoje: Influência do FED
Já o segundo fator é a divisão interna do Federal Reserve (Fed) quanto ao corte de juros. Parte dos diretores do banco central americano está dividida entre o temor de uma inflação persistente e os sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho. Já outra parte deseja seguir com os cortes de juros, iniciados no mês passado.
Essa incerteza torna o caminho para um possível corte de juros em dezembro bem menos claro do que parecia há apenas algumas semanas. De acordo com a ferramenta FedWatch, 49,6% dos analistas acreditam que o Fed cortará os juros, uma forte queda frente os 65% registrados no começo da semana.
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“O reflexo disso é que a demanda institucional tem sido usada para absorver o pânico, e não para impulsionar o preço a novas máximas. A chance de reversão só ocorrerá se o Bitcoin conseguir defender o suporte crucial e se a confiança na política monetária retornar”, destaca Guilherme Prado, country manager da Bitget.
Enquanto essa indefinição continuar, o preço do Bitcoin pode seguir em tendência de baixa mesmo com empresas adquirindo mais BTC. Prado explica que a demanda institucional, no cenário de baixa, serve apenas para conter o pânico e impedir correções ainda maiores.
ETFs de Bitcoin registram saídas históricas
No entanto, até a demanda institucional pelo Bitcoin dá sinais de fraqueza cada vez maior. Na quinta-feira (13), os ETFs de Bitcoin dos EUA registraram saídas líquidas de US$ 869,9 milhões. Este é o segundo maior fluxo de saída de dinheiro desde o lançamento dos ETFs em janeiro de 2024.
De acordo com dados da Farside Investors, o Bitcoin Mini Trust da Grayscale teve a maior saída, perdendo US$ 318,2 milhões. Em seguida ficou o IBIT da BlackRock, que perdeu US$ 256,6 milhões, seguido pelo FBTC da Fidelity, registrou saques de US$ 119,9 milhões.
A maior saída de capital foi registrada em 25 de fevereiro de 2025. Nesse dia, os ETFs de Bitcoin registraram uma saída coletiva de US$ 1,14 bilhão em um único dia de negociação. No dia 04 de novembro, os ETFs perderam US$ 566 milhões e, dois dias depois, mais US$ 558 milhões, mostrando a aversão ao risco dos investidores.
“Os resgates em massa apontam para uma redefinição por aversão ao risco. As instituições estão recuando devido à turbulência macroeconômica, mas a demanda estrutural pelo Bitcoin permanece intacta. Essas retrações normalmente refletem territórios de sobrevenda e atraem compradores de longo prazo”, explicou Vincent Liu, CIO da Kronos Research.