O mercado de criptomoedas exibiu novo fôlego nesta sexta-feira, 12, quando o Bitcoin voltou a US$ 92,5 mil e abriu espaço para alta em quase todo o mercado. O movimento ocorreu em meio a sinais mistos vindos dos ETFs, das condições macroeconômicas e dos indicadores on-chain, criando um ambiente de cautela entre gestores e traders institucionais.
No entanto, apesar da alta de quase 3%, o BTC continua em movimento lateral entre US$ 88 mil e US$ 93 mil, sem grandes sinais de rompimento. O Ether seguiu o movimento lateral e alcançou US$ 3,25 mil. Solana liderou os maiores com uma recuperação forte para US$ 139, enquanto o BNB ficou próximo de US$ 892. O valor total de mercado subiu para US$ 3,15 trilhões, mas ainda enfrenta pressão devido ao enfraquecimento da liquidez geral.
Ao mesmo tempo, os ETFs apresentaram um quadro dividido. Bitcoin e Ethereum registraram saídas combinadas de US$ 119 milhões, indicando uma pausa no apetite institucional. Já Solana e XRP tiveram entradas somadas de US$ 27 milhões, o que sugere rotação seletiva para ativos com desempenho relativo mais forte no curto prazo.
O cenário macroeconômico adicionou outra camada de incerteza. Os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos subiram para 236 mil, sinalizando um mercado de trabalho em desaceleração gradual. O déficit comercial caiu ao menor nível desde 2020, revelando menor demanda doméstica, mas exportações mais competitivas. A economia, portanto, segue em transição após o chamado “corte hawkish” do Federal Reserve.
Bitcoin hoje: sem grandes chances de alta
No campo on-chain, os dados revelam que o mercado opera em uma estrutura tensionada. As perdas não realizadas somam aproximadamente US$ 350 bilhões, sendo US$ 85 bilhões apenas em Bitcoin. Essa condição costuma sinalizar liquidez mais fraca e volatilidade mais intensa, já que muitos investidores ainda carregam posições negativas. Os índices MVRV reforçam a leitura: o BTC aparece neutro, o ETH levemente sobrevalorizado e o XRP ligeiramente subvalorizado.
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Para alguns especialistas, o cenário atual exige atenção redobrada. “O mercado está estabilizando, mas a base continua frágil”, afirmou Timothy Misir, chefe de pesquisa da BRN. De acordo com ele, a divisão nos fluxos de ETFs e o ambiente macro instável mostram um setor que “procura direção, e não compromisso”.
Misir também destacou a importância de não interpretar o impulso intradiário no Bitcoin como confirmação de tendência. “Traders devem esperar um movimento acima de US$ 95 mil para confiar no momentum”, afirmou. Ele reforçou que dezembro se desenha mais como um mês de volatilidade intensa, com oportunidades para quem opera com disciplina, e não para quem busca previsibilidade de longo prazo.
Para o analista, o atual momento exige paciência. “Este é um mercado para quem sabe esperar. A liquidez está fina e qualquer surpresa pode mudar o quadro rapidamente”, concluiu.

