O Bitcoin (BTC) amanheceu hoje em queda, mas conseguiu preservar o nível crítico de US$ 90 mil, considerado essencial para evitar uma correção mais profunda. A semana começou marcada por forte expectativa em torno da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). Investidores acompanham com atenção a possibilidade de um corte de 25 pontos-base ainda nesta semana. Embora permaneçam dúvidas sobre o ritmo de flexibilização ao longo de 2026. Essa incerteza mantém o humor do mercado mais conservador.
De acordo com André Franco, CEO da Boost Research, o clima é de “cautela e nervosismo” e o ambiente macroeconômico ainda pressiona os ativos de maior risco, incluindo o Bitcoin. O dólar segue estável, e não há indícios de que a decisão desta semana iniciará um ciclo rápido de afrouxamento monetário. Essa combinação reduz o apelo especulativo imediato para o Bitcoin, que depende de maior liquidez para sustentar ralis mais amplos.
Além disso, os ETFs continuam enviando sinais mistos. Os fundos de Bitcoin tiveram saída líquida de US$ 60 milhões na segunda-feira, mas produtos de ETH, SOL e XRP registraram entradas. Esse padrão reforça a hipótese de que o mercado não está fugindo de criptoativos, mas apenas rotacionando exposição.
O analista Timothy Misir, chefe de pesquisa da BRN, descreve o momento como “total congelamento antes do FOMC”. Para ele, a direção do mercado depende exclusivamente da fala do presidente Jerome Powell. “Sem isso, não existe direção clara”, disse.
Bitcoin hoje sem movimentos bruscos
Ao mesmo tempo, dados on-chain mostram sinais contraditórios. Grandes investidores adicionaram mais de 45 mil BTC na última semana, enquanto empresas como BitMine e Strategy ampliaram suas reservas tanto em Bitcoin quanto em Ethereum. Os saldos nas corretoras seguem em queda acentuada e atingiram o menor nível em anos, com 403 mil BTC retirados ao longo de 12 meses.
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Apesar desse acúmulo, a pressão no mercado à vista permanece. O CVD caiu de US$ 40 milhões para US$ 111 milhões, indicando fluxo vendedor constante. O número de endereços ativos e o volume de transferências mostram leve recuperação, mas ainda não sugerem uma mudança estrutural no sentimento.
“O mercado melhora devagar, mas a confiança não voltou”, avaliou Misir. Para ele, uma sinalização mais dura do Fed sobre juros pode derrubar o BTC abaixo de US$ 88 mil, abrindo espaço para mais volatilidade.
O Bitcoin, porém, mostra um sinal técnico positivo. O RSI de 14 dias subiu para 58,2, indicando maior força compradora. Mesmo assim, analistas seguem atentos ao risco de aceleração das saídas dos ETFs ou a eventuais tensões entre Estados Unidos e China, especialmente no setor de semicondutores.
No curto prazo, tudo depende da reunião do Fed. Se Powell confirmar o corte de juros em dezembro, o BTC pode testar a região entre US$ 93 mil e US$ 95 mil, abrindo caminho para buscar o intervalo de US$ 97 mil a US$ 106 mil. Caso a sinalização seja mais conservadora, o mercado pode revisitar US$ 88 mil rapidamente.


