A MetaMask anunciou nesta segunda-feira, 11, a adição de suporte nativo ao Bitcoin, em uma das mudanças mais relevantes de sua história. Conhecida como a principal porta de entrada para Ethereum e redes compatíveis com EVM, a carteira agora passa a integrar também o maior ativo digital do mundo.
O anúncio foi feito de forma direta pelos canais oficiais da empresa. A mensagem resumiu o impacto da novidade: “Bitcoin entrou na conversa”. A frase simples marcou uma mudança estratégica aguardada há anos pelo mercado. Com a atualização, usuários da MetaMask podem armazenar, enviar e receber Bitcoin nativamente, sem depender de extensões externas ou soluções de terceiros. A carteira passa a reunir BTC, Ethereum, redes Layer 2 e ecossistemas EVM em uma única interface.
Essa integração amplia o papel da MetaMask. A carteira deixa de ser vista apenas como uma ferramenta focada em Ethereum e assume posição de carteira Web3 multi-chain, alinhada às expectativas atuais dos usuários. A empresa afirma que a decisão responde à demanda crescente por experiências unificadas. Com mais de 30 milhões de usuários ativos mensais, a MetaMask observa que o público busca simplicidade ao navegar entre diferentes blockchains.
Outro fator decisivo envolve o avanço do ecossistema Bitcoin além da narrativa de reserva de valor. Assim, o crescimento de soluções Layer 2, tokens experimentais e novas aplicações aumentou o interesse por integrações diretas com BTC. Além disso, a concorrência entre carteiras se intensificou. Soluções multi-chain ganharam espaço ao oferecer suporte amplo desde o início. A MetaMask optou por responder com uma expansão estrutural.
Bitcoin chega na Metamask

Na prática, os usuários agora podem comprar Bitcoin com moeda fiduciária, realizar transferências on-chain e trocar BTC por ativos nativos de Ethereum e Solana, tudo dentro da própria aplicação. De acordo com o anuncio, a versão inicial oferece suporte a endereços SegWit, com planos de incluir endereços Taproot em breve. A empresa também indicou interesse em ampliar recursos ligados ao ecossistema Bitcoin.
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Esse movimento dialoga com sinais anteriores. A MetaMask já havia introduzido suporte à Solana, negociação de derivativos via Hyperliquid, integração com Polymarket e lançamento da stablecoin mUSD. A empresa também lançou recentemente o MetaMask Card físico, operando sobre a rede Linea, uma Layer 2 do Ethereum desenvolvida pela Consensys, controladora da carteira.
Além disso, a mudança pode estimular o desenvolvimento de aplicações cross-chain, conectando Bitcoin a infraestruturas DeFi já consolidadas no ecossistema Ethereum. Desse modo, o anúncio também reforça um movimento simbólico. A maior carteira Web3 do mercado passa a abraçar diretamente a blockchain mais antiga, sinalizando convergência entre ecossistemas antes tratados como separados.
Para desenvolvedores, o impacto pode ser ainda maior. A MetaMask já indicou interesse em talentos com experiência em Lightning Network, ordinals, BRC-20 e redes Layer 2 do Bitcoin, como Stacks e Rootstock. A expansão ocorre enquanto a Consensys se prepara para um possível IPO e avança com planos de lançar o token MASK, que deve integrar um amplo programa de recompensas on-chain.
De acordo com a empresa, usuários que realizarem swaps envolvendo Bitcoin dentro da carteira poderão acumular MetaMask Rewards, ampliando incentivos para adoção inicial.

