Se alguém tinha alguma dúvida sobre o potencial das criptomoedas e da blockchain para mudar a sociedade e atingir, definitivamente, o mainstream, essas incertezas podem ficar um pouco de lado agora. O FMI (Fundo Monetário Internacional), anunciou que o próximo número de sua revista Finance & Development, que estará disponível no site oficial da entidade a partir de 30 de maio, traz o título “O dinheiro transformado: o futuro das moedas em um mundo digital”. Todos os artigos, de certa forma, abordam das transformações iniciadas pelo Bitcoin e pelas criptomoedas no campo das finanças tradicionais.
“Nos últimos anos, a tecnologia financeira – de ponta a ponta – conquistou a imaginação do mundo, oferecendo alternativas aos meios tradicionais de pagamento. A última edição da revista Finance & Development analisa se esta digitalização vai redefinir o dinheiro e as possíveis conseqüências, boas e ruins”, diz o comunicado oficial do FMI sobre a revista.
Entre os autores que contribuíram com a revista e buscam compreender como o futuro do dinheiro, está Martin Mühleisen, Diretor do Departamento de Estratégia, Política e Revisão do FMI. Mühleisen aborda como políticas bem elaboradas pelos estados e por organismos multilaterais podem beneficiar este espaço e aliviar a “dor de cotovelo” das instituições tradicionais que se recusam, muitas vezes, a reconhecer este processo de digitalização e tokenização da economia.
A revista também traz um artigo de Stefan Ingves, presidente do Riskbank, Banco Central da Suécia, que desde o ano passado está em busca de emitir uma criptomoeda estatal, o e-crow, e para tanto fez uma espécie de concurso, que contou com mais de 40 projetos dos quais 19 foram selecionados, entre eles propostas da Fundação IOTA, IBM, Accenture, R3, Ericsson, entre outros. Ingves discute esta mudança do Banco Central, que é o mais antigo do mundo, do dinheiro tradicional para um cripto-ativo digital.
Dong He, Diretor Adjunto do Departamento de Mercados Monetários e de Capitais (MCM, na sigla em inglês) do FMI, escreve sobre como os cripto-ativos podem um dia reduzir a demanda por dinheiro do Banco Central. Já o jornalista do FMI Andreas Adriano critica fortemente o Bitcoin e as criptomoedas, num artigo intitulado “Uma breve história da euforia das criptomoedas”, no qual classifica o Bitcoin e os cripto-ativos como bolha.
Harold James, professor da Universidade de Princeton, coloca que, ao longo do tempo, novas moedas sempre têm sido associadas a qualidades místicas e o Bitcoin não seria a primeira exceção, demonstrando certo ceticismo quanto a qualidade da criptomoeda.
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O FMI já publicou um relatório dizendo que as criptomoedas não apresentam qualquer risco para a estabilidade financeira global, embora elas tenham “recursos que podem melhorar a eficiência do mercado”. Christine Lagarde, diretora do FMI, já demonstrou por diversas vezes que tem uma posição pró-mercado cripto, declarando que:
“Os formuladores de políticas devem manter a mente aberta e trabalhar em prol de uma estrutura regulatória imparcial que minimize os riscos e, ao mesmo tempo, permita que o processo criativo dê frutos.”
Quanto ao Petro, o primeiro projeto de uma criptomoeda emitida por uma nação, o FMI, em declaração exclusiva ao Criptomoedas Fácil, disse que não está preocupado com o token venezuelano:
“Quanto ao Petro, ainda não o estudamos em detalhes, não estudamos a lógica por trás da introdução dessa criptomoeda porque não temos contato com as autoridades venezuelanas. O principal problema com a Venezuela é a queda na produção do petróleo bruto”, disse o Diretor do FMI na América Latina Alejandro Werner.
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