Em poucos minutos, o Bitcoin (BTC) devolveu todos os ganhos obtidos ao longo da manhã desta terça-feira (08). De acordo com o CoinGecko, o preço opera em queda de 2,3%, valendo US$ 77.236, pouco acima do preço de fechamento do dia anterior (US$ 76.891).
Além disso, as liquidações do mercado chegaram a quase US$ 300 bilhões, dos quais US$ 186 milhões vieram de posições compradas (long). De acordo com o Coinglass, o BTC liquidou US$ 90 milhões após sofrer uma nova correção.
No início desta manhã, o Bitcoin chegou a superar os US$ 80.000, com uma alta de quase 4%. Mas a guerra das tarifas entre Estados Unidos e China ganhou um novo capítulo. Então, o preço voltou a cair em pouco espaço de tempo.
Troca de tarifas derruba Bitcoin
A Guerra das Tarifas segue forte entre os Estados Unidos e a China. O primeiro passo veio dos EUA, depois que o país impôs uma tarifa de 34% sobre importações chinesas no tarifaço anunciado na sexta-feira (04).
Dos 125 países atingidos, mais de 70 já aceitaram negociar com os EUA. No entanto, a China não foi um deles: o gigante asiático anunciar uma tarifa recíproca de 34% sobre os EUA. A tarifa chinesa entrará em vigor no dia 10, um dia antes da americana.
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Diante da imposição, o presidente Trump ameaçou impor uma tarifa ainda maior, de 50%, caso a China não revertesse a taxação. E o presidente acabou cumprindo a ameaça. Ou seja, as importações chinesas pagarão mais que o dobro do valor para entrar nos EUA.
Em entrevista coletiva nesta terça, Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, disse que “70 países estão negociando” com os EUA sobre as tarifas. E avisou a China que o presidente Trump considera “um erro” a resposta de Pequim de taxar os produtos americanos em 34%.
Acúmulo de taxas
A taxa dos EUA vai se sobrepor a uma tarifa já aplicada este ano de 20% especificamente a produtos chineses. Essa taxa foi aplicada antes das tarifas atuais entrarem em vigor.
Ou seja, os produtos chineses iriam pagar 54% (20% + 34%). Com a nova taxa de 50%, o total vai a 104%. Isso significa que um produto chinês que custa US$ 100 entrará nos EUA com o valor de US$ 204.
O preço do BTC conseguiu manter valor e até caiu mais lentamente do que outros ativos. No entanto, esperar que ele permanecesse inalterado era excessivamente otimista. Durante as crises, os investidores historicamente correm para o dólar, liquidando até mesmo investimentos tradicionais, como ouro.
A crise de segunda-feira não foi exceção. Ainda assim, o Bitcoin mostrou beta menor do que as ações dos EUA desde o anúncio das tarifas. Ou seja, a volatilidade da criptomoeda foi bem menos severa do que a das bolsas de valores.
No quadro geral, o Bitcoin está se segurando muito bem. O Nasdaq caiu mais de 22% de sua máxima histórica, enquanto o BTC caiu 28%. Em episódios anteriores — como a reversão do carry-trade do iene em agosto de 2024 ou a crise da pandemia em março de 2020 — o Bitcoin sofreu perdas relativas muito mais graves.
