Mesmo em queda nesta sexta-feira (22) e mais de 50% abaixo de seu recorde histórico de US$ 69 mil, o preço do Bitcoin atingiu um novo recorde de valor na Argentina, em relação ao seu preço em pesos.
Nas exchanges locais, o preço do Bitcoin subiu para 19,6 milhões de pesos argentinos, em comparação ao recorde anterior de 14,2 milhões quando o BTC atingiu sua máxima histórica em dólares americanos em novembro de 2021.
Isso significa que, apesar de uma queda de 61,5% desde a alta histórica de US$ 69 mil, os investidores na Argentina ainda conseguiram acumular ganhos de 38% quando medidos na moeda local
A Argentina tem enfrentado a hiperinflação por várias décadas devido a políticas fracassadas que resultaram em déficits orçamentários. À medida que o tempo avança, cresce a possibilidade de a Argentina enfrentar um colapso completo de sua moeda.
Essa hiperinflação faz com que a Argentina tenha uma das economias mais dolarizadas da América Latina sendo o dólar amplamente comercializado e aceito no país, assim como o Real do Brasil. Inclusive, diversos estabelecimentos nas principais cidades turísticas da Argentina aceitam até mesmo Pix.
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Bitcoin na Argentina
Essa fraqueza da moeda nacional também resulta em uma taxa de câmbio totalmente diferente. Existem mais de 10 taxas de câmbio na Argentina. Existe a taxa oficial, conhecida como dólar BNA, estabelecida pelo banco central da Argentina e usada para todas as transações governamentais, bem como para importações e exportações.
Ao fortalecer artificialmente a taxa de câmbio oficial em favor do peso argentino, o governo visa estabilizar a economia, reduzir a fuga de capitais e conter as operações especulativas. No entanto, a manipulação da taxa oficial de câmbio, como visto no caso da Argentina, acaba contribuindo para a inflação e dificulta o crescimento econômico.
Em primeiro lugar, cria incentivos para a existência de um mercado não oficial e não registrado, conhecido como “dólar blue”, que também fomenta atividades ilegais, mina a transparência financeira e desencoraja o investimento estrangeiro.
De acordo com os preços da exchange Bitso em pesos argentinos, o Bitcoin ganhou 150% nos dois anos que se encerraram em 21 de setembro, passando de 7,84 milhões de pesos para 16,6 milhões de pesos.
No entanto, a taxa oficial de inflação acumulada durante esse período superou 300%, tornando incorreto afirmar que o Bitcoin tem sido uma reserva de valor confiável já que o investidor que buscou preservar o valor de seu dinheiro com Bitcoin ainda está no prejuízo.