Economias em frangalhos: Argentina e Turquia vivem pesadelo econômico, o que permite que o Bitcoin bata a máxima histórica, nesses países. Inflação, desinteresse na moeda local e adoção do Bitcoin são os responsáveis pelo fenômeno.
A cotação do Bitcoin geralmente é realizada em Dólares americanos, devido ao fato de que essa é a moeda de reserva da economia global. Por isso, quando se analisa o preço do BTC a partir das moedas mais fracas, a perspectiva é completamente diferente.
Esse é o caso de países como a Argentina, a Turquia. Devido à crise econômica vivida nos dois países, o Bitcoin bateu a sua máxima histórica, quando cotado nas moedas locais.
Países vivem alta do BTC, mas não há motivos para comemorar
Os países que possuem uma economia fraca são sujeitos a fenômenos que não são observados em países mais estáveis.
Na Turquia, no boom de dezembro de 2017, o BTC chegou à máxima histórica de aproximadamente 73.700 Liras. Atualmente, a cotação já está em 77.664.41. Na Argentina, a situação é ainda mais complicada.
Dessa forma, conforme se denota no gráfico acima, a máxima de dezembro de 2017 já foi batida diversas vezes, devido ao comportamento instável da moeda portenha. O cálculo da cotação do Bitcoin, em Pesos, é complexo, tendo em vista que o país possui um forte sistema de câmbio “alternativo”.
Além disso, conforme o relato de alguns argentinos, o trade de Bitcoin somente é possível mediante o pagamento de um prêmio que chega a quase 70% do trade.
Porém, será que o Real segue por um caminho parecido?
Real não bateu máxima, mas está próximo do valor de 2017
Atualmente, um Bitcoin vale 11.124 Dólares. No recorde de 16 de dezembro de 2017, ele chegou a 19.665,39 Dólares. Por isso, a moeda ainda está longe do seu recorde, quando equiparada com a moeda americana.
No entanto, a situação é bem diferente, quando a cotação é feita em Reais.
A máxima histórica do Bitcoin, obtida em 17 de dezembro de 2017, foi de 69.950 Reais. Agora, o valor mais alto alcançado pelo BTC, no dia 01 de agosto, foi de 61.298,10 Reais.
Assim, é possível notar que o Bitcoin está se aproximando rapidamente do seu recorde histórico, quando pareado com a moeda brasileira.
O fenômeno em questão acontece em decorrência dos seguintes fatores:
- Desvalorização das moedas nacionais, devido à injeção de liquidez na economia e aumento da inflação
- Desinteresse da população pelas moedas desvalorizadas, no caso da Argentina e da Turquia
- Maior interesse da população pelo BTC, que é mais estável do que as moedas dos países subdesenvolvidos
Infelizmente, o Brasil parece seguir o mesmo caminho da Argentina e da Turquia. Em apenas um ano, o Real se desvalorizou 32%, em relação ao Dólar. No entanto, a desvalorização chegou a alcançar os 46%, em 2020, no pico da crise do novo coronavírus.
Finalmente, é apenas uma questão de tempo, até que o Bitcoin bata a sua máxima histórica, em Reais. Certamente, isso acontecerá antes do recorde em Dólares.
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