O Banco de Compensações Internacionais (BIS), conhecido como o Banco Central dos Bancos Centrais, está avançando em sua missão de tornar as moedas digitais do banco central (CBDCs) uma realidade global.
O mais recente passo nessa jornada é o lançamento do projeto Sela, que visa promover a adoção de moedas fiduciárias tokenizadas.
O projeto Sela, descrito no site oficial do BIS, é um protocolo de pagamento desenvolvido especificamente para CBDCs de varejo.
Essas moedas digitais do banco central são destinadas a serem usadas por cidadãos comuns como uma alternativa ao dinheiro físico. No caso, ela não poderá ser usada no Brasil que vem desenvolvendo uma CBDC de atacado.
Uma das características mais notáveis do Sela é seu compromisso com a privacidade dos usuários. O protocolo promete oferecer um “nível adequado” de privacidade, obscurecendo ou camuflando os identificadores pessoais nas transações realizadas com CBDCs.
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Além disso, o projeto Sela visa criar um ecossistema acessível, competitivo e inovador para as CBDCs, reduzindo as barreiras à entrada de prestadores de serviços.
O BIS enfatiza que o Sela busca preservar os atributos desejáveis do dinheiro físico, como a ausência de risco de crédito, liquidações instantâneas, baixo custo e níveis adequados de privacidade.
CBDCs de varejo
No entanto, à medida que os CBDCs ganham destaque, surgem preocupações sobre seu impacto nas democracias e na liberdade financeira.
A JAN3, uma empresa que promove o Bitcoin, alertou que os CBDCs podem representar uma “ladeira escorregadia” para as democracias, uma vez que os governos podem exercer maior controle financeiro sobre os cidadãos.
Essas preocupações têm levado alguns a evitar o uso de CBDCs. De acordo com Xavier Lavayssière, pesquisador de finanças digitais, a adoção tem sido baixa em projetos CBDC devido à falta de educação financeira.
“O projeto Sela do BIS é apenas um dos muitos desenvolvimentos nesse cenário em constante evolução, onde a privacidade e a liberdade financeira estão em jogo”, disse.
Isso reforça a importância da educação técnica para ganhar a confiança das pessoas nas ferramentas digitais, sejam elas CBDCs ou criptomoedas.
Enquanto mais de 130 países trabalham no desenvolvimento de suas próprias CBDCs, o debate sobre seu impacto continua a crescer. No Brasil a CBDC do país deve ser lançada até o final do próximo ano.