Para ler a versão completa deste relatório: basta clicar aqui.
O Problema
Fontes renováveis representam uma porcentagem crescente da produção anual de eletricidade. Mas renováveis têm output variável. O resultado de usinas eólicas e solares é pouco previsível. E uma geração imprevisível de energia pode trazer problemas.
Produtores precisam balancear oferta de eletricidade com demanda, para evitar falhas na sua conexão com o grid. Quando a demanda supera a oferta (por exemplo, porque está ventando menos que o esperado, numa usina eólica), há duas opções para se retomar o equilíbrio:
- Aumentar a oferta;
- Conter a demanda.
Conter a Demanda
Durante períodos de estresse no sistema elétrico, fornecedoras podem pagar seus consumidores que escolherem economizar. É uma forma de arbitragem energética — ao “economizar”, consumidores vendem energia de volta para o grid.
Nem sempre é suficiente: há tipos de consumidores que não podem “desligar nunca” (pense numa AWS da vida); e a demanda é muito heterogênea entre clientes (as necessidades de uma fábrica requerem que milhares de casas “abram mão de luz”).
Aumentar a Oferta
Uma maneira óbvia de aumentar a oferta é usar baterias eletroquímicas tradicionais. Estas ficam carregando quando a demanda está sob controle, e vendem a energia de volta para o grid quando a demanda supera a oferta.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Não é uma solução viável no longo prazo. Estas baterias custam centenas de milhares de dólares por megawatt/h armazenado. A arbitragem que proporcionam exige um longo período para recuperar o investimento inicial.
Outra maneira de aumentar a oferta: queimar combustíveis fósseis para produzir a diferença.
É menos custoso, mas significa que, quanto mais fontes renováveis forem adotadas, mais dependeremos de “energia suja” para manter o grid equilibrado — vai contra o propósito da energia limpa.
Entra o Bitcoin.
Uma “Bateria Virtual”
Minerar Bitcoin, para uma usina eólica ou solar, exige, na prática, infraestrutura adicional negligenciável. “Basta” acoplar um contêiner com um data center, e converter energia excedente em ciclos computacionais despendidos na mineração de Bitcoin. O custo operacional vem inteiramente da eletricidade — algo de que usinas dispõe a todo tempo.
A mineração de Bitcoin é um negócio que não tem patrão, nem requerimento de uptime. Você pode minerar um pouco hoje, parar, e recomeçar sem prejuízo dali a 10 dias.
A instalação de um contêiner do tipo custa uma ordem de magnitude menos que a de baterias eletroquímicas industriais equiparáveis, e, nesse estágio, muitas vezes é feita sem custo upfront para o dono da usina. Adiciona um cliente virtual ao faturamento da usina (o Bitcoin) — garantindo o consumo anual de certa quantia de energia.
A Layer1 se descreve como “uma seguradora do grid energético“. O modelo de negócio da empresa americana é se tornar um cliente on-site (com um contêiner) de uma usina de energia renovável, e entrar em contratos de “resposta a períodos de demanda anômala”, desligando mineradores sob medida e redirecionando a energia que consomem para o grid, quando os preços disparam e se torna mais lucrativo vender os Mw/h do que transformá-los em Bitcoin.