Um analista da Trace Finance levantou a possibilidade de os países do BRICS, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, introduzirem uma moeda digital única regulada pelo Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como Banco do BRICS.
Evandro Caciano, chefe de câmbio da Trace Finance, destacou que os Estados Unidos estão enfrentando a maior crise da história, sinalizando um momento propício para o debate em torno de uma moeda comum do bloco econômico.
Caciano discutiu essa perspectiva em uma entrevista à CNN Brasil, na qual ele apontou a instabilidade do dólar americano.
“Estamos na maior crise americana da história. É uma crise de fundamentos, com os ratings rebaixados pelas agências de crédito, colocando o dólar em xeque.”
A discussão sobre uma possível moeda comum do BRICS é aguardada com expectativa pela comunidade internacional e muitos esperam que o assunto seja abordado na cúpula do bloco econômico, agendada para ocorrer de 22 a 24 de agosto em Joanesburgo.
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Moeda digital do BRICS
No entanto, um diplomata sul-africano responsável pelas relações do BRICS mencionou que a questão da moeda comum não faz parte da agenda oficial do encontro.
Especialistas sugeriram que uma abordagem viável para concretizar uma moeda comum para o BRICS seria a criação de uma moeda digital, similar a um sistema de moeda digital do banco central (CBDC).
“Seria possível ter uma moeda digital única para o bloco, emitida e regulada pelo Banco dos BRICS”, disse o analista.
Entretanto, Caciano acredita que a implementação desse projeto levaria anos e provavelmente seria realizado em etapas. Ele acrescentou que a adoção de uma moeda digital em todo o bloco BRICS seria um processo de pelo menos cinco a dez anos.
A vice-presidente e diretora financeira do Novo Banco de Desenvolvimento, Leslie Maasdorp, também conhecido como BRICS Bank, mencionou recentemente que qualquer alternativa ao dólar americano é uma “ambição de médio a longo prazo”.