O Banco Central de Reserva do Peru (BCR) deu um passo significativo ao aprovar o primeiro teste piloto para a implementação de uma Moeda Digital do Banco Central (CBDC). Esta decisão foi oficializada através da Resolução da Administração Geral nº 0009-2024-BCRP.
A iniciativa visa explorar a viabilidade e o potencial do dinheiro digital no país, com a duração inicial de um ano. No entanto, o projeto é passível de prorrogação.
A empresa selecionada para participar deste piloto é a Viettel Perú SAC, conhecida comercialmente como Bitel. A escolha da empresa de telecomunicações reflete seu alinhamento com os objetivos do piloto, incluindo seu design, características, e a viabilidade de seu plano de implementação.
A Viettel Perú, que atua no mercado peruano desde 2014, oferece serviços como telefonia móvel, internet fixa e móvel, televisão a cabo e serviços empresariais. Além disso, a empresa possui tecnologia e pessoal suficiente para levar o projeto.
Além disso, a empresa será responsável por testar e desenvolver funcionalidades que ajudarão a entender melhor o potencial do dinheiro digital no Peru. Esse projeto é uma tentativa de posicionar o Peru na vanguarda da inovação financeira na América Latina.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
O uso de uma CBDC pode trazer diversas vantagens, como a inclusão financeira de populações não bancarizadas e a redução de custos de transações financeiras. No entanto, há também preocupações significativas relacionadas à privacidade e ao controle governamental sobre o fluxo de dinheiro digital.
CBDC é tema de discussão mundial
A discussão sobre as CBDCs não se limita ao Peru. No Oslo Freedom Forum 2024, por exemplo, as CBDCs foram um tema central de debate. O evento, organizado pela Fundação dos Direitos Humanos em Oslo, Noruega, reuniu ativistas para compartilhar experiências e discutir estratégias para um futuro mais justo.
Uma das principais preocupações levantadas foi o potencial uso repressivo das CBDCs por governos autoritários. De acordo com a argumentação, a capacidade de controlar o fluxo de dinheiro digital pode ser utilizada para censurar, monitorar e reprimir a população.
Este receio é especialmente relevante para aqueles que já vivem sob regimes onde a liberdade de expressão e a privacidade são constantemente ameaçadas. Contudo, a implementação de uma CBDC pode, em teoria, permitir um nível sem precedentes de vigilância financeira. Essa possibilidade suscita debates intensos sobre a necessidade de salvaguardas robustas para proteger os direitos individuais.
No contexto peruano, o piloto da CBDC visa criar uma infraestrutura financeira mais moderna e inclusiva. A iniciativa do BCR é uma resposta à crescente digitalização da economia e ao avanço das tecnologias financeiras.
