Embora Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central do Brasil (BACEN), seja um dos grandes críticos das criptomoedas afirmando que elas não têm credibilidade por não possuírem um banco central por trás, tanto ele quanto o BACEN não compartilham a mesma rejeição quando o assunto é blockchain. Para o presidente e para a instituição, a tecnologia tem potencial de revolucionar as aplicações do sistema financeiro.
Entretanto, em um recente evento organizado pelo jornal Valor Econômico, Mardilson Fernandes Queiroz, chefe adjunto do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central, trouxe uma nova visão importante quanto ao reconhecimento da instituição para o processo de tokenização da economia, que envolve blockchain, smart contracts, tokens e, claro, criptomoedas.
“O token criptográfico [forma de representação digital de valores por meio da blockchain] é uma nova tecnologia que será matadora com o tempo”, disse Queiroz, que também explicou que o token criptográfico permite digitalizar ativos ou contratos.
“Em poucos anos, você vai ter em mãos uma ação da Petrobrás tokenizada, uma debênture, um título federal e talvez até outra moeda tokenizada”, completou.
Durante o evento do Valor, Queiroz ainda lembrou que uma vez que esses ativos sejam atrelados à blockchain, será possível, de maneira simples, transferir esses tokens de forma segura e imutável. A nova tecnologia será uma espécie de nova roupagem para um ativo tradicional, ou seja, “que respeita os modelos de negócios existentes”. Nesse sentido, o BACEN, segundo Queiroz, prefere usar os termos “criptoativos” ou “criptoassets” para se referir ao Bitcoin e outras criptomoedas.
“É uma questão de tempo até a tecnologia amadurecer e encontrar seus padrões mínimos de confiabilidade”, finalizou Queiroz.
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