O Banco Central da China (PBoC, na sigla em inglês) está considerando a criação de sua própria moeda digital, mas ela não será construída com a tecnologia blockchain necessariamente, de acordo com um funcionário do alto escalação da entidade.
Fan Yifei, vice-governador do PBoC, afirmou em um artigo publicado nesta última quinta-feira, 26 de janeiro, que a moeda digital do Estado chinês se diferenciará das moedas digitais descentralizadas, tendo a centralização da gestão e da emissão como prioridade.
“A moeda digital estatal chinesa ainda será uma responsabilidade do banco central para o público. A natureza dessa responsabilidade não mudará apenas por causa da forma física do dinheiro que passará a ser digitalizado. Portanto, devemos garantir o papel fundamental do PBoC na emissão da moeda digital estatal”, escreveu Fan, acrescentando que “a moeda digital estatal também ajudará a reduzir a demanda por criptomoedas privadas, o que fortalecerá o papel da moeda soberana chinesa”.
Fan detalhou ainda mais os planos da nova moeda que, ao contrário da maioria das criptomoedas, poderá não funcionar através de um mecanismo peer-to-peer, que traz como características o anonimato. Ele explicou que as transações usando a moeda digital estatal serão visíveis para o Banco Central, que atuará na supervisão de potenciais crimes como lavagem de dinheiro e financiamento ilegal.
No artigo, Fan especificou ainda que o Banco Central será cauteloso ao introduzir contratos inteligentes, uma característica de algumas plataformas de blockchain que podem automatizar determinados processos, para o sistema da moeda digital da China. Ele argumentou que, uma vez que a moeda digital estatal será essencialmente uma substituta da moeda fiduciária do país, as leis já existentes que se aplicam ao yuan também devem ser aplicadas à moeda digital.
Atualmente, as leis chinesas especificam que o yuan chinês só pode ser usado em precificação, circulação, pagamento e armazenamento, e a moeda digital estatal seguirá as mesmas regras. Fan explicou que a adição da funcionalidade de contratos inteligentes à moeda digital chinesa poderá possibilitar outras funções, como a automação de impostos e a captação de fundos, que podem ser atividades ilegais.
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