O Banco brasileiro BTG Pactual, maior banco autônomo de investimento da América Latina, resolveu aproveitar os benefícios do mercado de criptoativos e anunciou o lançamento de seu próprio token.
Segundo o portal de notícias Bloomberg, o BTG anunciou o token ReitBZ nesta quinta-feira, 21 de janeiro. O token terá como lastro ativos imobiliários que estão passando por dificuldades financeiras no Brasil. O banco planeja levantar até US$15 milhões através da venda do ReitBZ por meio de uma oferta inicial, disse Gustavo Roxo, diretor de tecnologia do BTG. O token será baseado na tecnologia blockchain, o livro-razão público descentralizado de transações.
Os investidores poderão comprar o token por meio de uma plataforma digital usando o Gemini Dollar, a stablecoin emitida pela exchange Gemini, fundada pelos Cameron e Tyler Winklevoss, e atrelada ao dólar americano. Ele também poderá ser comprado com Ether (ETH).
Tokens de renda passiva
Roxo também afirmou que os detentores dos tokens receberão dividendos periódicos da recuperação dos ativos problemáticos, que serão administrados por uma empresa de propriedade do BTG chamada Enforce, informou o banco. Isso enquadra o ReitBZ na categoria de token securitizado, posto que fornece direitos e participações societárias aos detentores.
Os retornos anuais devem ficar entre 15% e 20% em moeda brasileira, de acordo com o banco, uma vez que o investimento não será coberto pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito). O BTG fornecerá serviços de formação de mercado para o token, para que ele possa dar aos investidores liquidez para as negociações.
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O token estará disponível para investidores de todo o mundo, exceto para investidores brasileiros e norte-americanos – provavelmente em virtude do imbróglio quanto à regulamentação de tokens securitizados em ambos os países.
“O BTG está aplicando seu próprio capital para fornecer liquidez porque acredita realmente no negócio da criptoativos”, disse Roxo. “Criamos essa estrutura porque achamos que os investidores no mundo digital têm maior apetite por risco.”
De acordo com Roxo, o criptoativo permitirá que o banco cuide de negócios imobiliários em dificuldades de maneira mais barata do que pelos meios tradicionais. O ReitBZ será perpétuo e o período inicial da oferta durará cerca de 90 dias. Os rendimentos serão reinvestidos no portfólio de clientes em dificuldades.
“Sabíamos que precisávamos dominar essa tecnologia, então começamos a testá-la e estudá-la há alguns anos”, disse Andre Portilho, sócio do BTG e um dos responsáveis pela iniciativa. “Nós achamos que o Bitcoin e outras moedas estavam se tornando voláteis demais, mas vimos uma oportunidade com este token para tentar algo novo – e colocar a nossa pele em jogo.”
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