O protocolo de finanças descentralizadas Balancer iniciou uma consulta pública sobre um plano de restituição para provedores de liquidez afetados pelo ataque que drenou cerca de US$ 128 milhões de seus pools V2 no início do mês.
O documento, apresentado por dois integrantes da comunidade, descreve como aproximadamente US$ 8 milhões recuperados deverão ser redistribuídos. Além disso, estabelece regras para recompensas a whitehats que atuaram durante o incidente.
A proposta define que os valores recuperados irão exclusivamente para os usuários dos pools afetados, sem socialização das perdas entre toda a base de participantes. A redistribuição seguirá a proporção de participação registrada em blocos de snapshot capturados antes da primeira transação maliciosa. Esse modelo busca alinhar o retorno de fundos ao impacto real em cada rede e pool envolvido.
O ataque ao Balancer se espalhou por cinco redes distintas e levou à suspensão emergencial de operações. Apesar da extensão do incidente, a equipe recuperou cerca de US$ 28 milhões por combinações de intervenções whitehat, ações internas e ajuda de terceiros. O plano em discussão, porém, cobre apenas os US$ 8 milhões resgatados diretamente pelos whitehats e pelas equipes internas do protocolo.
O restante, equivalente a US$ 19,7 milhões em ativos osETH e osGNO, será devolvido separadamente pelo protocolo StakeWise a seus próprios usuários. A devolução ocorrerá por meio de seu processo de governança.
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Regras para whitehats e operações de resgate
O documento reforça que o Balancer utiliza um acordo de Safe Harbor para orientar intervenções de segurança realizadas por whitehats. A remuneração prevista corresponde a 10% do valor recuperado, limitada a US$ 1 milhão por operação. Para acessar a recompensa, os responsáveis precisarão concluir verificação de identidade, procedimentos de KYC e checagens de sanções.
Seis whitehats foram responsáveis por aproximadamente US$ 3,9 milhões dos ativos resgatados durante o ataque. O mais ativo deles, identificado apenas como Anon #1, recuperou cerca de US$ 2,68 milhões na rede Polygon.
Além da atuação externa, o protocolo também coordenou um resgate interno com apoio da empresa de segurança Certora. Essa ação contribuiu com a recuperação de US$ 4,1 milhões em pools ainda vulneráveis. Esses valores, no entanto, não entram no escopo de recompensas. Isso porque a equipe operou sob contrato prévio, conforme previsto no acordo de Safe Harbor.
Prazos e condições para reivindicação
Os usuários terão até 180 dias para reivindicar os valores recuperados. O processo exigirá consentimento digital explícito, liberando Balancer Labs, Balancer DAO, Balancer Foundation e entidades associadas de responsabilidades futuras relacionadas ao ataque. Após o prazo, valores não reclamados serão classificados como inativos e só poderão ser reatribuídos por decisão de governança.
O debate sobre o plano segue aberto na comunidade do Balancer, que deve avaliar os critérios de devolução e recompensas antes da implementação final do mecanismo.

