As autoridades do Irã apreenderam cerca de 1.000 máquinas de mineração de Bitcoin que estavam em duas fábricas abandonadas no país, informou a Coindesk na última sexta-feira, 28 de junho.
A apreensão ocorreu em 27 de junho. Um porta-voz do Ministério da Energia do Irã disse que as operações de mineração de criptomoedas estavam desestabilizando a rede elétrica e afetando o acesso à eletricidade para residências e empresas. Ele alertou que o governo pretende continuar monitorando operações de mineração no país, que proliferaram nos últimos anos.
De acordo com o ministério, o consumo de eletricidade no Irã subiu 7%. O ministro também disse que a energia usada para a mineração de uma criptomoeda equivale à energia usada por 24 unidades residenciais durante um ano inteiro – uma preocupação que existe em outros países, como a Islândia.
A eletricidade é fortemente subsidiada no Irã, então os custos de operar uma mineradora de criptomoedas são baratos – o curto de eletricidade pode chegar a US$0,006 por kilowatt-hora. Inicialmente, informou-se que a startup Areatak, baseada em Teerã, estava à procura de capital estrangeiro para estabelecer sites de mineração em todo o Irã, embora a prática seja ilegal.
Até mesmo empresas chinesas abriram instalações no Irã, provavelmente buscando antecipação caso o governo chinês decida proibir a atividade de mineração na China.
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O governo iraniano e o Ministério de Energia consideram estabelecer um preço especial para a eletricidade usada pelas empresas de mineração que atuam no país. Em seu discurso recente, o porta-voz sugeriu que alguns mineradores instalaram suas máquinas em escolas e mesquitas para evitar o pagamento de impostos ou da conta de energia.
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Com uma economia cada vez menor e a desvalorização da moeda iraniana, o Rial, os cidadãos iranianos passaram a buscar refúgio nas criptomoedas, principalmente para evitar as sanções impostas pelos Estados Unidos ao país.
“Minerar essas criptomoedas dentro do Irã não só impedirá que o dinheiro saia do país, mas também criará moeda mesmo sob as difíceis condições de sanções”, disse Mohammad Shargi, diretor da Bitcoin Society, organização pró-criptomoedas que atua no Irã.
Ele também sugeriu que alguns iranianos poderiam usar criptomoedas como meio de contornar e subverter as severas sanções impostas pelos EUA, após os norte-americanos se retirarem do acordo nuclear de 2015.
No início deste ano, o Banco Central do Irã – que anteriormente havia colocado controles de fuga de capitais sobre os criptoativos – publicou um esboço do que pode ser a primeira proposta de regulamentação de criptoativos do país.
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