A Comissão de Valores Mobiliários das Bahamas (SCB) revelou que apreendeu US$ 3,5 bilhões em ativos digitais da FTX Digital Markets. O valor, de acordo com a cotação atual, corresponde a cerca de R$ 20 bilhões.
Como a FTX Digital Markets é a subdivisão da FTX nas Bahamas, os valores ficarão sob custódia da SCB. O objetivo da apreensão foi evitar que a FTX pudesse desviar os fundos em benefício de algum dos acusados no caso de falência da exchange.
De acordo com a SCB, esses ativos ficarão em posse da Comissão, mas pertencem aos clientes da exchange. Eventualmente, a SCB pretende devolver os fundos aos seus respectivos donos.
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Evitar desvio de fundos
A SCB realizou a apreensão dos ativos no dia 12 de novembro, um dia depois que a FTX entrou em recuperação judicial. Mas somente nesta sexta-feira (30) o mercado soube da apreensão, bem como quanto os ativos digitais valiam.
Curiosamente, a SCB afirmou que quem solicitou o confisco foi ninguém menos que Sam Bankman-Fried, o SBF. O ex-CEO da FTX supostamente alertou a SCB sobre a “dissipação iminente” dos fundos dos clientes.
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Ou seja, o ex-CEO da FTX disse que a SCB deveria centralizar os fundos. Por isso a autarquia decidiu confiscar e bloquear os bens.
Além disso, a SCB também temia que novos ataques hackers resultassem na perda ou roubo dos ativos. O ataque mais recente contra a FTX causou perdas de US$ 372 milhões poucas horas após a declaração de falência.
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Autoridades vão devolver dinheiro
Após o confisco, a SCB enviou os fundos para uma carteira digital cujas chaves privadas estão sob seu controle. Esses ativos serão devolvidos aos seus respectivos donos, conforme nota divulgada pela autoridade das Bahamas.
“Os ativos digitais transferidos em 12 de novembro de 2022 […] estão sendo mantidos pela Comissão temporariamente, até que a Suprema Corte das Bahamas instrua a Comissão a entregá-los aos clientes e credores que os possuem, ou aos JPLs (Liquidatários Conjuntos Provisórios) a serem administrados de acordo com as regras que regem a massa insolvente em benefício dos clientes e credores da FTXDM.”
O SCB também enfatizou que continuará sua própria investigação sobre o colapso da FTX Digital Markets e da própria FTX. A investigação diz respeito especificamente ao relacionamento entre a FTXDM e a Alameda, acusadas de manterem uma relação escusa. A fusão de recursos entre as duas entidades ainda está sendo mapeada pela Justiça.
O movimento da SCB sem dúvida trará algum alívio para os investidores locais da FTX, já que o CEO interino da FTX, John Ray III, afirmou anteriormente que os clientes internacionais corriam o risco de perder uma porcentagem mais significativa de seus fundos.