As autoridades do Brasil estão preocupadas com o constante uso de criptomoedas para camuflar golpes que têm enganado milhares de pessoas em todo o país. Segundo a reportagem do jornal Valor Econômico, os criptoativos, por sua característica descentralizada (e sem um governo soberano por trás) e forte volatilidade, são especialmente usados como chamariz de ganhos fáceis para enganar investidores.
Segundo a reportagem, José Alexandre Vasco, superintendente de proteção e orientação aos investidores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), aponta que a autarquia está de olho em empresas que têm feito este tipo de ação e afirma que a questão não é exclusivamente nacional e desafia reguladores em todo o mundo. Citando a IOSCO, organização internacional que reúne as comissões de valores mobiliários de diversos países, Vasco declarou que a preocupação em relação as pirâmides e golpes com Bitcoin e cripomoedas é mundial.
“Estamos alinhados com o resto do mundo. Esse movimento de golpes ligados a criptoativos é uma onda mundial, não só do Brasil”, diz.
A reportagem destaca que o problema também vem sendo debatido na ABFintechs, que, de acordo com Diego Perez, diretor-executivo da entidade, assinou com suas associadas um documento de intenção de padronização de procedimentos de compliance e normas de conduta. Agora, toda empresa que deseja filiar-se à organização, passa por um processo seletivo, que entre outras coisas verifica se a candidata atende aos padrões mínimos de ética e conduta. “Já barramos empresas que não conseguiram demonstrar capacidade de cumprir esses parâmetros ou eram claramente esquemas de pirâmides. Nesses casos, comunicamos às autoridades competentes”, disse.
“A tecnologia pode fazer com que pessoas mal intencionadas se escondam atrás da ‘inovação’ para cometer fraudes”, aponta Perez.
Natália Garcia, vice-presidente da ABCripto e sócia e diretora jurídica da FoxBit, também destacou que a popularidade do Bitcoin tem estimulado o seu uso para golpes tendo em vista o “hype” que o criptoativo gera.
“O mercado de criptomoedas no Brasil ainda é pequeno e está ganhando credibilidade aos poucos. Cada vez que há uma fraude, ataque hacker ou falha de sistemas nas empresas, realmente nos prejudica bastante”, disse.
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