Nicolás Maduro continua sua saga para tornar real a primeira criptomoeda estatal do mundo, o Petro. A moeda digital que deve ser emitida pela Venezuela com lastro em barris de Petróleo do país que é detentor da maior reserva mundial da commoditie. Desta vez o presidente venezuelano foi ‘direto na fonte’ e, segundo relatos da rede Al Jazeera, Maduro planeja propor que a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) adote uma criptomoeda comum.
“Vou propor oficialmente a todos os países produtores da Opep e para a própria organização que adotemos um mecanismo comum de criptografia apoiado pelo petróleo”, disse o serviço de notícias citando Maduro. Ele teria feito estas observações durante uma reunião nesta semana com o secretário-geral da OPEP, Mohammad Sanusi Barkindo.
Antes de procurar apoio na OPEP, Maduro já buscou respaldo internacional para os planos de seu token ERC-20 no Qatar e na ALBA, ambos, até o momento sem sucesso. Por outro lado, o Congresso venezuelano já condenou a moeda como ilegal e o Departamento do Tesouro dos EUA declarou a criptomoeda como ‘ilegal’ para cidadãos americanos, tendo em vista as últimas sanções impostas por Donald Trump. Recentemente o Petro também foi citado na audiência com Christopher Giancarlo, presidente da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), e Jay Clayton, presidente da Comissão de Segurança e Câmbio (SEC, na sigla em inglês) realizada no Capitólio com os senadores americanos.
A ideia de lançar uma moeda digital, por parte dos venezuelanos, teve como objetivo driblar as restrições impostas, principalmente pelos EUA. O Petro será apoiada principalmente pelo petróleo, juntamente com outras commodities,mas as moedas não poderão ser trocadas pelos seus ativos. Cada Petro será dividido em 100 milhões de unidades, sendo a unidade mínima denominada Mene. A primeira fase do ICO do Petro começa agora no final de fevereiro. O Criptomoedas Fácil fez uma análise do paper do Petro e encontrou diversos problemas.
Após a reunião da OPEP que, muito provavelmente não deve levar muito em consideração a proposta de Maduro, dado que os demais membros da organização tem laços mais ‘amigáveis’ com Washington, o venezuelano deve procurar nações ‘a margem’, ou seja, nações que também sofrem com sanções ou embargos americanos e que podem ver no Petro não só uma saída mas um aliado no jogo geopolítico. Neste grupo pode estar incluído nações como o Irã, que sofre com embargos desde 1979 (mas que hoje tem um presidente mais moderado) e Cuba, que poderia oferecer uma apoio mais institucional ao Petro (também é preciso ter em pauta que há um sentimento de reaproximação entre as nações ainda não ‘rompido’ por Trump).
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Um provável apoio de outras nações que sofrem com sanções americanas como Coreia do Norte, Sudão e Síria, por exemplo, não está descartado. Mas estas nações possuem algumas outras prioridades, como guerras e afins. Imprevisível porém é uma posição da Rússia nesse jogo, superpotência energética rica em Petróleo e Gás, também tem feito uma indição positiva à uma criptomoeda estatal e tem uma disputa geopolítica histórica com os americanos (talvez não com Trump que tudo indica ajudou a eleger).
Vamos seguir acompanhado os desdobramentos do Petro que nunca teve nada a ver com criptomoeda/blockchain ou DLT e sim com política e disputa/perpetuação de poder.