Na última quinta-feira, 14 de fevereiro, a empresa especializada em infraestrutura para pagamentos em blockchain Ripple anunciou o lançamento de uma atualização do XRP Ledger, carteira que suporta o token nativo da plataforma.
De acordo com um comunicado divulgado pela Ripple, a versão 1.2.0 do XRP Ledger apresenta várias mudanças, incluindo tornar a rede mais resistente à censura – ou seja, nenhuma entidade pode decidir quais transações serão efetuadas ou rejeitadas e ninguém pode alterar uma transação depois que ela for adicionada ao livro-razão.
Comentando sobre o lançamento, a Ripple afirmou:
“Já altamente resistentes a tentativas de censura, com o lançamento da versão 1.2.0 do XRP Ledger os servidores agora têm a capacidade de detectar automaticamente tentativas de censura e emitir avisos de gravidade crescente para transações que um servidor acredita terem sido incluídas em um livro fechado após várias rodadas de consenso.”
A versão 1.2.0 também reduz o limite para os participantes da rede envolvidos na assinatura de transações. A emenda MultiSignReserve permite que os proprietários de listas de assinantes para o método de autorização Multisign participem com uma reserva de apenas 5 XRP, abaixo dos 15 a 50 XRP exigidos na versão anterior.
O lançamento também lista uma série de pequenas atualizações e alterações, juntamente com pequenas correções de bugs. A Ripple afirma que recebe críticas da base de código atualizada e está oferecendo recompensas para quem detectar vulnerabilidades através de seu programa de recompensas de bugs.
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Os operadores dos servidores XRP Ledger devem atualizar para a versão 1.2.0 até 27 de fevereiro, “para assegurar a continuidade do serviço”, disse a empresa. Os participantes que não atualizarem serão impedidos de atualizar o razão e poderão receber dados inválidos.
A própria Ripple começou a implementar a atualização em todos os servidores XRP Ledger, incluindo servidores privados, a partir das 22:00 de quarta-feira, 13 de fevereiro, um dia antes do anúncio oficial.
O relacionamento da empresa com o XRP provou ser complicado às vezes. A Ripple procurou se distanciar de ser vista como a emissora do token – que, segundo ela, não é uma criptomoeda, mas um ativo digital – devido ao potencial de o token ser considerado um valor mobiliário pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC).
“Embora o token não represente uma participação acionária na Ripple, a preocupação é que o relacionamento próximo ainda possa levar as autoridades reguladoras a considerar o XRP como um ativo financeiro”, disse um relatório da Bloomberg de abril de 2018.
Desde então, os investidores moveram-se para processar a empresa sobre a questão, e uma ação coletiva que uniu todas as ações individuais foi para um tribunal federal dos EUA em novembro passado.
Apesar dos problemas, a Ripple conseguiu reunir novos membros para sua suíte de produtos RippleNet, agora com mais de 200 membros. E no mês passado, o banco, Exim, com sede no Reino Unido, disse que estava usando o XRP para pagamentos internacionais.
Atualmente a terceira criptomoeda por valor de mercado, a XRP está sendo negociada atualmente em torno de US$ 0,30, de acordo com dados da Coinmarketcap – uma queda de 92% em relação à alta histórica de US$ 3,80 ocorrida em janeiro de 2018.
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