Investir em bitcoin se mostrou, até o momento, a melhor opção do ano, com uma alta em 2017 chegando a mais de 400%.
Tal atitude (investir na moeda) é bastante incentivado por praticamente todos os usuários da comunidade, pois os ganhos – tanto em real quanto em dólar – são surpreendentes. No entanto, quando se fala em ganho de juros diretamente em bitcoin, com o objetivo de obter mais bitcoins, a cautela é muito mais reforçada.
Existem pouquíssimos produtos de investimento no mercado que paguem juros em cima dos bitcoins do investidor. Um deles é a Poloniex, exchange que permite o empréstimo de bitcoins e altcoins a taxas de juros diárias. Outras opções são traders e vendedores P2P, os quais costumam trabalhar com empréstimos, pagando uma taxa mensal – geralmente pré-fixada.
Essas duas formas possuem, entretanto, varias riscos: a Poloniex é sediada nos Estados Unidos, portanto, caso precise do suporte poderá ter dor de cabeça pois não é um dos melhores. Já os traders e vendedores estão sujeitos ao risco de confiança, pois o emprestador pode perder todo o capital emprestado, caso o tomador decida sumir com os bitcoins. Esses casos já aconteceram com vários exemplos aqui no Brasil.
Portanto, a falta de opções e a segurança – do risco da contraparte – constituem fatores que ainda limitam a oferta de investimentos em bitcoin.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Lucro via arbitragem
É nesse contexto que, em fevereiro de 2016, surgiu a Atlas Project, empresa que hoje administra a plataforma de investimentos Quantum.
Originalmente criada com o objetivo de facilitar o uso do bitcoin para operações entre países africanos, a Atlas passou por um processo de pivotagem (mudança) e em 2017 lançou o Quantum, o qual emprega o conceito de trading de alta frequência (em inglês, HFT – High Frequence Trading).
Basicamente, a plataforma opera negociando a compra e venda de bitcoins em varias exchanges diferentes. Esse processo é conhecido como arbitragem, e tem como objetivo obter lucro ao comprar o bitcoin mais barato em uma empresa e vender mais caro em outra, embolsando o spread (diferença) entre as transações.
Como funciona?
Essas operações são feitas utilizando os bitcoins dos clientes da empresa. Cada cliente possui uma conta individual a qual os bitcoins são vinculados, e pode acompanhar os lucros do seu investimento diariamente.
Segundo a empresa, a plataforma tem apresentado ganhos consistentes que variam entre 2% e 3% ao mês. Apesar disso eles deixam claro que a operação é de alto risco, e não há rentabilidade garantida pela Atlas.
Segundo o CEO da empresa, Rodrigo Marques, o valor mínimo de investimento é de R$ 300, o equivalente a cerca de 0,02 bitcoins. A plataforma oferece uma rápida liquidez: é possível sacar os bitcoins a qualquer momento, tendo como prazo apenas o tempo de espera da rede. A exceção são os saques acima de 0.3 bitcoins, os quais levam 24 horas para serem processados, pois demandam o encerramento das posições da empresa nas exchanges.
Rentabilidade certa?
O alto percentual de rentabilidade pode assustar os mais calejados, que geralmente veem nisso um sinal de esquema insustentável.
A Atlas diz que entende os posicionamentos, mas que não opera uma pirâmide. O Quantum não remunera indicações de clientes, não impõe tempo de carência para saques, tampouco garante uma rentabilidade certa dentro das operações.
Taxas
Não há nenhuma taxa de saque ou de administração na plataforma. A única taxa contada pela empresa é a taxa de performance, taxa geralmente cobrada por fundos de investimento e incide sobre a performance daquele fundo. A taxa é de 50% do valor do lucro.
Segundo a empresa, a cobrança da taxa serve como uma forma mais justa de remuneração. “Ganhamos quando o cliente ganha, dividimos os lucros com ele”, afirmou o diretor de Marketing da empresa, Fabrício Sanfelice, em entrevista ao canal de YouTube Epaminondas Chanel.
Próximos passos
Atualmente, a empresa faz parte de um programa de aceleração para startups, desenvolvido pela Wow Aceleradora. Esse programa é utilizado pela empresa como forma de demonstrar a sua idoneidade através da parceria com uma empresa séria.
A Atlas possui grandes objetivos. Rodrigo Marques afirma que a meta é se consolidar no mercado nacional e, em seguida, buscar a expansão internacional. A consolidação da plataforma, segundo ele, será através de uma maior segurança jurídica para os clientes, objetivos aliados a taxa de performance dos fundos e a distribuição de lucros realistas e condizentes com as operações montadas.
No momento, a empresa opera apenas com bitcoin. Mas afirmam terem planos para operações com outras moedas digitais. “Existiu uma pequena demanda por Ethereum, então há no futuro uma possibilidade de adicionarmos outras criptomoedas”, finalizou Rodrigo.