O debate sobre o futuro do preço do Bitcoin ganhou novos contornos após projeções ousadas feitas por Arthur Hayes, cofundador da corretora BitMEX. De acordo com o analista, a moeda digital pode chegar a US$ 3,4 milhões em 2028, impulsionada principalmente pela expansão da base monetária dos Estados Unidos.
Hayes sustenta que um eventual governo de Donald Trump deverá recorrer à emissão de nova dívida para bancar um déficit público. Com isso, o Tesouro teria de colocar no mercado mais de US$ 15 trilhões em títulos. Este volume, em grande parte, seria absorvido pelo Federal Reserve. Essa injeção de liquidez criaria um ambiente propício para a escalada dos ativos digitais, em especial o Bitcoin.
O modelo usado por Hayes parte de uma correlação observada durante a pandemia de COVID-19. Na época, o preço do Bitcoin subiu em média 0,19% para cada dólar de crédito criado. Se esse padrão se repetir, a criptomoeda alcançaria valores inéditos, chegando à faixa dos US$ 3 milhões.
Apesar da ousadia, Hayes mantém cautela. Ele afirma que não acredita plenamente que o Bitcoin atingirá esse patamar em tão pouco tempo, mas defende que a tendência será claramente ascendente.
“Não sei se chegará a US$ 3,4 milhões, mas será muito mais alto do que os US$ 115 mil atuais”, declarou.
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Preço do Bitcoin pode chegar a US$ 3 milhões?
Especialistas, no entanto, consideram a projeção excessivamente otimista. O analista espanhol Javier Espasa Peribáñez, por exemplo, avaliou que o Bitcoin dificilmente alcançará US$ 3 milhões em 2028. Contudo, ele admite que políticas monetárias expansivas e a entrada de investidores institucionais podem levar o ativo a níveis recordes.
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Ele aponta ainda que fatores como o halving — que reduz a emissão de novas moedas — e uma eventual crise financeira global podem fortalecer a tese de valorização.
Outro elemento central é a regulação dos EUA, que abre espaço para a emissão de stablecoins atreladas à dívida pública. Isso permitiria ao Tesouro diversificar a venda de títulos, reduzindo a dependência de grandes credores como China e Japão.
Nesse contexto, nomes de peso do setor, como Willy Woo, sugerem que a Tether, emissora da maior stablecoin do mundo, poderá se tornar o maior comprador de títulos americanos.
As estimativas de Hayes não estão sozinhas. Cathie Wood, CEO da ARK Invest, já previu que o Bitcoin ultrapassaria US$ 1 milhão em 2030, e recentemente elevou sua expectativa para valores ainda maiores. O empresário Michael Saylor, presidente da Strategy, também acredita que o criptoativo tem destino natural de se aproximar do patamar milionário.
Embora as projeções variem, o consenso entre analistas é de que o Bitcoin deve continuar se valorizando na próxima década. As razões incluem a expansão monetária, o avanço dos ETFs de Bitcoin e a crescente desconfiança no sistema financeiro tradicional. Mesmo que os US$ 3 milhões de Hayes pareçam distantes, o debate reforça a percepção de que a criptomoeda segue firme como um dos ativos mais promissores do futuro.