A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), órgão federal responsável por toda a regulamentação do setor de telecomunicações no Brasil, revelou com exclusividade ao Criptomoedas Fácil que a tecnologia 5G, que já vem sendo testada para implantação no Brasil, tem o poder de reduzir os custos de internet no país e, devido às suas características, pode impulsionar a implementação de aplicações de Internet da Coisas (IoT) e também de blokchain.
A cidade de São Paulo (SP) recebeu, no inicio deste mês, os primeiros testes com a tecnologia 5G. Essa nova geração da telefonia vai operar em frequências que permitem conexões mais potentes, o que multiplica a quantidade de informações que cada ponto envia e recebe em cada segundo. A utilização de veículos autônomos tem sido apontada como uma das principais vantagens do 5G ao grande público. Empresas como Ford, Qualcomm e Panasonic têm apresentado bons resultados em seus testes de comunicação entre semáforos, carros e outros elementos do trânsito.
Presente na Futurecom 2018, a maior feira de tecnologia e telecomunicações da América Latina, que será realizada em São Paulo, de 15 a 18 de outubro, a Anatel apresentará os potenciais desta nova tecnologia de conectividade em diversos painéis, inclusive com a presença do presidente da estatal Juarez Quadros. No entanto, a estatal adiantou ao Cripomoedas Fácil alguns detalhes sobre esta nova tecnologia e como ela impactará usuários e operações que usam internet além do ecossistema das criptomoedas e da blockchain o Brasil. Confira!
Criptomoedas Fácil: Como a Anatel enxerga o potencial da tecnologia blockchain?
Anatel: As implicações da tecnologia blockchain para as telecomunicações e TICs em geral ainda estão em fase de estudo e é muito complicado a priori se definir quais os possíveis modelos de negócio poderão surgir a partir de tal tecnologia, sendo desafio ainda maior afirmar que surgirão modelos disruptivos que utilizem dessa tecnologia.
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De qualquer maneira, tanto a nível nacional quanto a nível de cooperação internacional, a Anatel tem se mantido atenta ao desenvolvimento dessa tecnologia e estudo dos potenciais benefícios que o blockchain pode trazer ao setor de telecomunicações e TICs, bem como eventuais impactos ou barreiras regulatórias que possam existir para a transferência desses benefícios aos consumidores.
CF: A Anatel vem estudando a adoção de implementações em blockchain para procedimentos internos ou mesmo como forma de aumentar a transparência entre as operadoras de telefonia?
A: A Anatel sempre está analisando alternativas que nos auxiliem a aprimorar a transparência e alcançar mecanismos de fiscalização eficientes.
CF: O Brasil começa a produzir testes com a tecnologia 5G. Como este novo tipo de conectividade pode melhorar a oferta de internet no Brasil, não apenas em velocidade mas em área de abrangência, e como ela pode ser a espinha dorsal para a integração com IoT?
A: A cada grande avanço tecnológico tem-se, em regra, um correspondente aumento da eficiência das telecomunicações. O 5G é mais um degrau nessa escala de evolução que vem ampliando as possibilidades de aplicações a serem ofertadas aos usuários dos serviços. No caso, além das altas taxas de dados, as redes em 5G estão sendo projetadas para possuírem baixa latência e capacidade para suportar grande número de conexões simultâneas, com baixo consumo de energia. Por essa razão, tem condições mais propícias para a expansão do uso de dispositivos IoT, que necessitam dessas características. Ademais, há natural tendência de que a evolução tecnológica acarrete redução dos custos por Mb para os usuários dos serviços, mais um elemento que contribui para a massificação da conectividade.
CF: Uma das aplicações que vêm sendo desenvolvidas com blockchain diz respeito ao compartilhamento de internet p2p, no qual o usuário poderia “vender” o excesso de internet de seu pacote para outro usuário que necessite do serviço. Este tipo de aplicação já esta no radar da Anatel e como a empresa pretende lidar com este tipo de mercado?
A: As diversas possibilidade do uso dos serviços de telecomunicações, incluindo o compartilhamento de recursos e infraestruturas, seja no varejo pelos usuários finais, seja no atacado, pelas operadoras, são frequentemente estudados pela Anatel. No caso específico, observa-se que ainda não há esse tipo de contrato sendo oferecido de forma ampla e massiva nem no Brasil nem em outros países. Entretanto, com o surgimento de novos modelos de negócios baseados em IoT, 5G e Inteligência Artificial, esse tipo de contrato poderá se tronar uma alternativa aos usuários. Neste sentido, a missão da Agência é i) proteger as relações de consumo, trazendo transparência e respeito às regras; ii) promover a sustentabilidade do ecossistema, incentivando a competição e os investimentos.