Alex de Vries, especialista em blockchain da empresa de consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) e fundador do site de análise de criptoativos Digiconomist, afirmou que 98% das máquinas de mineração de Bitcoin deixarão de produzir um bloco de transações durante sua vida útil média de 1,5 anos.
De acordo com um tuíte publicado na segunda-feira, 02 de março, de Vries explicou que atualmente, cerca de 4 milhões de máquinas estão ativas e quase 75 mil blocos são produzidos a cada 1,5 anos – o que significa que menos de 2% das máquinas são capazes de produzir um bloco para verificar transações de Bitcoin. Os 98% restantes das máquinas nunca produzem blocos, afirmou.
Vida útil e produção de novos blocos
“A vida útil, claro, varia, mas se você observar historicamente, verá os dispositivos de mineração de Bitcoin seguindo a lei de Koomey (a qual afirma que a potência computacional dobra a cada 1,5 anos). Se você olhar para os dados IPO da Bitmain, verá que eles venderam mais de 4 milhões de dispositivos da família Antminer S9 nos últimos anos (consulte o relatório Carbon Footprint of Bitcoin, publicado no ano passado), então esse é um número muito plausível”, explicou o analista.
De Vries explicou que mesmo se levarmos em conta quatro anos como uma vida útil média de máquinas de mineração de Bitcoin, o número não é melhor: são cerca de 200 mil blocos produzidos em 4 milhões de dispositivos.
Quando perguntado sobre os pools de mineração – que servem essencialmente para acumular poder de hash e distribuir recompensas em bloco entre os mineradores que contribuem para o pool – de Vris também mostrou ceticismo.
“Sim, eles agrupam e distribuem o trabalho, mas isso não muda que, no final da linha, o bloco “vencedor” seja encontrado apenas a cada 10 minutos por um único dispositivo”, disse. “O pool é apenas uma estratégia específica para realizar a geração de números aleatórios; não altera a substância.”
Consumo de energia
O consumo de energia das máquinas de mineração de Bitcoin também é motivo de preocupação, de acordo com De Vries. Em uma entrevista ao jornal The Telegraph UK, o analista afirmou que a assinatura de carbono de uma única transação é equivalente a passar 52.043 horas assistindo ao YouTube.
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“É um problema sério em termos de sustentabilidade econômica. É possível classificar a prova de trabalho regular como prova de trabalho inútil”, afirmou de Vries.
O consumo de energia elevado da Prova de Trabalho é um argumento discutido há muitos anos, o que faz muitas pessoas acreditarem que sistemas como a prova de participação (PoS) apresentam uma solução mais viável. Porém, de Vries também discorda desse argumento, pelo menos em partes.
“Há poucas dúvidas de que esse sistema reduziria a necessidade de energia da mineração de Bitcoin em cerca de 99,9% (e o lixo eletrônico seria ainda mais insignificante). Eu não vejo isso necessariamente como a solução definitiva, mas um passo para obter a mentalidade certa com em relação à criação de algo verdadeiramente sustentável “, concluiu de Vries.
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