Aquela Brahma gelada pode, em breve, chegar até você via blockchain. De acordo com um anúncio feito esta semana, a Ab Inbev, multinacional belgo-brasileira de bebidas e cervejas formada em 2004 pela fusão da belga Interbrew e da brasileira Ambev, está implementando testes em operações logísticas que utilizam a tecnologia por trás do Bitcoin. O grupo forma a maior cervejaria do mundo, com faturamento anual de cerca de US$40 bilhões e é dona de mais de 200 marcas de cervejas, entre elas Stella Artois, Budweiser, Skol, Brahma e Antártica.
A empresa faz parte de um amplo consórcio de blockchain que trabalha com a tecnologia da consultoria Accenture, que reuniu, além da cervejaria, também outras empresas. Ela visa realizar testes em suas soluções de blockchain, nas quais 12 remessas foram enviadas para diversos lugares do mundo com jurisdições, regulamentações e leis diferentes, no que se refere a importação e logística. Os resultados “confirmaram que a blockchain pode reduzir os custos operacionais e aumentar a visibilidade da cadeia de suprimentos”, de acordo com a Accenture.
“Avaliamos continuamente novas tecnologias e inovações para aprimorar nossas operações, visando atender às necessidades dos consumidores e oferecer a melhor cerveja possível. A tecnologia blockchain será um novo paradigma em nossos negócios e para todo o mundo. Reduz os erros, digitaliza informações e melhora o processo da cadeia de suprimentos para que possamos focar no nosso negócio principal de preparar as melhores cervejas para os consumidores”, salientou Danillo Figueiredo, vice-presidente de logística internacional da AB InBev.
O piloto é mais um esforço para transformar um processo tradicionalmente baseado em papel para um totalmente digitalizado, usando a tecnologia como parte de um estratégia para agilizar o processo de compartilhamento de dados entre diferentes partes interessadas. Entre as empresas que buscaram aplicações similares, a empresa japonesa Mitsui OSK Lines anunciou uma parceria com a IBM em uma prova de conceito que busca simplificar o fluxo de comércio global.