As ações da exchange de criptomoedas Coinbase (código COIN) podem se juntar ao S&P 500, índice do mercado de ações que acompanha o desempenho financeiro de 500 maiores empresas dos Estados Unidos. Com isso, o otimismo em torno da notícia fez as ações da empresa dispararem 9,36% na pré-abertura do mercado nesta terça-feira (13).
De acordo com a CNBC, a Coinbase substituirá a Discover Financial Services no índice de referência. Se isso acontecer, a exchange será a primeira empresa 100% do setor de criptomoedas a entrar no índice. A Strategy chegou perto de entrar no índice, mas não conseguiu.
O preço das ações da Coinbase fechou o pregão de segunda-feira (12) em alta de 3,96%, com os papéis valendo US$ 207,22. Mas a perspectiva de entrada da exchange no S&P 500 fez a demanda pelas ações disparar na pré-abertura do mercado.
A mudança no ambiente regulatório dos EUA e os números fortes da Coinbase contribuíram para o ingresso da empresa no maior índice de ações dos EUA. Recentemente a empresa fez várias aquisições importantes, como a compra da plataforma de derivativos Deribit e apostas no setor de inteligência artificial (IA).
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As ações sobem 8% no aftermarket
A COIN atualmente é negociada a cerca de US$ 226 no premarket, abaixo da máxima histórica de mais de US$ 343 estabelecida no início de dezembro. Contudo, esse é o maior preço atingido pelos papéis desde 28 de abril.
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Segundo a CNBC, a listagem entrará em vigor antes do pregão de 19 de maio. Em outras palavras, os ETFs que seguem o desempenho do S&P 500 começarão a comprar ações da exchange a partir desta data. Caso isso aconteça, a demanda pelos papéis pode fazer as ações da Coinbase buscarem suas máximas novamente.
A exchange abriu seu capital em 14 de abril de 2021, por meio de uma listagem direta na Nasdaq sob o código COIN. É a maior empresa de criptomoedas de capital aberto, com um valor de mercado de cerca de US$ 53 bilhões. O valor de mercado da COIN atingiu o pico de cerca de US$ 85 bilhões em sua estreia.
Em fevereiro, Owen Lau, analista da Oppenheimer, previu que a Coinbase poderia em breve ser listada no S&P 500, após cinco meses consecutivos de crescimento da empresa. Lau manteve sua recomendação de “compra” e elevou o preço-alvo para US$ 388.
A inclusão no S&P 500 exige lucros positivos no trimestre mais recente e na soma dos quatro trimestres anteriores. Os lucros da Coinbase têm sido inconsistentes devido à volatilidade do mercado de criptomoedas. Por exemplo, a corretora reportou uma receita sólida de US$ 7,4 bilhões em 2021 e um prejuízo de US$ 1,1 bilhão no segundo trimestre de 2022.
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Coinbase revela números fortes
No entanto, a corretora se beneficiou do ambiente regulatório mais permissivo sob o governo Trump. Diversas corretoras rivais, incluindo Bullish, Gemini e Kraken, também indicaram que pretendem abrir o capital devido às condições regulatórias favoráveis.
A Coinbase reportou US$ 527 milhões em lucro líquido ajustado no primeiro trimestre de 2025. Sua receita total de US$ 2 bilhões foi inferior aos US$ 2,3 bilhões registrados no quarto trimestre de 2024, no mesmo período. Já a receita de transações do primeiro trimestre caiu 19%, para US$ 1,2 bilhão, com o volume negociado caindo 10%.
Outras empresas listadas no S&P 500, incluindo Block, PayPal e Visa, fornecem serviços de criptomoedas. A Strategy (código MSTR), que detém bilhões de dólares em Bitcoins, não está no S&P 500 devido ao baixo valor de mercado.
“Estimamos um potencial de compra de US$ 9 bilhões na Coinbase, impulsionado por ETFs passivos vinculados ao S&P 500 e não ETFs. Incrementalmente, para fundos ativos referenciados no S&P 500, estimamos que uma alocação de cerca de 0,1% levaria a um potencial de compra de US$ 7 bilhões”, escreveu Gautam Chhugani, analista da Bernstein.