A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram na manhã desta sexta-feira (21) a Operação Trade-Off a fim de combater a lavagem de dinheiro decorrente dos crimes contra o sistema financeiro e contra o mercado de capitais. A operação investiga sócios e colaboradores da suposta pirâmide de criptomoedas Braiscompany, com sede Campina Grande, na Paraíba.
De acordo com as investigações, nos últimos quatro anos a Braiscompany movimentou valores equivalentes a cerca de R$ 2 bilhões em criptoativos. Agentes da PF cumpriram três mandados de busca e apreensão, dois na cidade de São Paulo (SP) e um na cidade de Aracaju (SE).
Na ação, a 4ª Vara Federal da Seção Judiciária da Paraíba também emitiu uma ordem judicial para bloquear R$ 136 milhões em bens em nome dos investigados alvos da operação.
Operação Trade-Off
Conforme informou a PF em nota, a operação Trade-Off é um desdobramento da Operação Criptos, deflagrada em 2021, que também investigava a lavagem de dinheiro por meio de criptoativos da Braiscompany.
Na ação desta sexta, além do bloqueio de bens, a PF apreendeu cofres e máquinas de contar dinheiro, em endereços ligados ao investigado que teria ajudado no processo de lavagem de dinheiro da Braiscompany.
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O nome da operação, Trade-Off, faz referência a um termo utilizado em economia para se referir à situação em que é necessário fazer uma escolha que envolve sacrificar algo em favor de outra coisa que possa trazer um bem maior.
Sobre a Braiscompany
A Braiscompany é uma empresa que captava investidores sob a promessa de investimentos em criptomoedas. Sua plataforma oferecia retornos que variavam entre 8% e 10% ao mês. No entanto, após atrasos, a “Brais” passou a ser suspeita de aplicar um golpe com criptomoedas.
Em fevereiro deste ano, conforme noticiou o CriptoFácil, a PF apreendeu R$ 15,3 milhões ligados à Braiscompany em exchanges de criptomoedas. A apreensão ocorreu no âmbito da Operação Halving, que investiga a empresa.
Na mesma ocasião, os agentes apreenderam cinco veículos na ação, dos quais três eram carros considerados de luxo, além de 27 relógios (Rolex, Hublot, Patek Philipe) e dinheiro em espécie: cerca de US$ 10 mil e R$ 188 mil. A PF recolheu ainda 4 telefones celulares, 15 computadores e 50 placas de vídeo.
De acordo com a PF, a investigação que apura as atividades da Braiscompany teve início ainda em 2018. Somente em Campina Grande, estima-se que a empresa tenha captado mais de R$ 30 milhões de seus “investidores”. Os donos da Braiscompany, Antônio Neto e Fabrícia Campos, seguem foragidos.