Brent Thill, analista do banco de investimentos estadunidense Jefferies, rebaixou a nota de investimento das ações da MicroStrategy (MSTR). Thill classificou os papéis da empresa na categoria de “desempenho inferior”, uma queda em relação a recomendação anterior de “compra”.
De acordo com o TradingView, as ações da empresa de Michael Saylor operam em alta de 3% nesta quarta-feira (27), cotadas a US$ 244,85. No entanto, a queda no preço do Bitcoin (BTC) no dia anterior levou as ações a fecharem o pregão da terça-feira (26) com queda de 10%.
O analista deu justamente esta forte volatilidade como justificativa para o rebaixamento. Conforme a sua análise, Thil aponta que o mercado de criptomoedas não conseguiu dar sinais de recuperação. Logo, investir nas ações da MicroStrategy – que tem uma grande soma de BTC – tornou-se mais arriscado.
Ações da MicroStrategy. Fonte: TradingView.
Investimentos em BTC causam rebaixamento
Além da queda no preço do BTC, Thill cita as previsões de desaceleração nos principais negócios da empresa como justificativas para a mudança da recomendação. Mas mesmo antes do rebaixamento, os analistas de Wall Street já tinham uma visão pessimista sobre o futuro da MicroStrategy.
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A plataforma StockNews.com, por exemplo, foi ainda mais além e recomendou “vendas” das ações da MicroStrategy em um relatório publicado no dia 2 de julho. O TheStreet, por sua vez, rebaixou as ações da empresa de “C-” para “D+” em 9 de maio.
Por causa da correção no mercado de criptomoedas, as empresas do setor começaram a enfrentar enormes desafios. O cenário é ainda pior no caso de empresas listadas em bolsa, que sofrem um escrutínio maior por parte dos agentes de mercado.
É comum que empresas de criptomoedas de alto crescimento usem remuneração baseada em ações para atrair talentos e reduzir despesas em dinheiro. No entanto, à medida que os preços das ações caem, as empresas precisam emitir mais ações para atender aos níveis de remuneração esperados. Essa maior diluição também impacta a rentabilidade dos papéis.
Ações da MicroStrategy entram em ciclo desafiador
Embora tenha rebaixado as ações da companhia para “desempenho inferior”, Thill manteve o preço-alvo de entrada dos papéis em US$ 180. Ou seja, quase 27% abaixo do preço atual dos papéis.
Após as notícias e o Bitcoin cair abaixo de US$ 21.000 na terça-feira, as ações da MicroStrategy caíram mais de 10%, para US$ 237. Em 2022, os papéis da empresa acumulam uma correção superior a 55% – a MSTR valia US$ 560 por ação em 1 de janeiro.
Por outro lado, o BTC acumula queda de 53% no mesmo período, o que demonstra a forte relação entre os dois ativos. De fato, os quase 130 mil BTC detidos pela MicroStrategy valem quase o mesmo que o valor de mercado total da empresa.
De acordo com o site Bitcoin Treasuries, a empresa possui aproximadamente US$ 2,7 bilhões em BTC, ou 14,5 bilhões em valores atuais. Já o valor de mercado da companhia está avaliado em quase US$ 2,8 bilhões, ou R$ 15 bilhões.
No entanto, a MicroStrategy gastou quase US$ 4 bilhões (R$ 21 bilhões) para construir suas reservas atuais de BTC. Dessa forma, a companhia acumula um prejuízo não realizado de US$ 1,3 bilhão, já que não vendem nenhum dos seus BTC.
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