Não é de hoje que a Rússia busca acordos para aumentar a utilização de criptoativos no país. No entanto, o banco central russo pode dar um passo além. Segundo um relatório da agência estatal de notícias Tass, a instituição poderá emitir uma criptomoeda lastreada no ouro com o objetivo de facilitar os acordos internacionais.
O relatório da Tass foi reforçado por uma declaração de Elvira Nabiullina, governadora do Banco da Rússia. Nesta quinta-feira, 23 de maio, Nabiullina disse que a instituição deve revisar uma proposta para o desenvolvimento da criptomoeda em questão.
“Para compensações mútuas de pagamentos, vamos considerar, é claro, [a] proposta sobre… uma criptomoeda apoiada pelo ouro. Mas, na minha opinião, é mais importante desenvolver assentamentos em moedas nacionais”, disse Nabiullina em um discurso na Duma, a assembleia nacional russa.
Ela acrescentou que os sistemas de liquidação em moeda fiduciária dentro da União Econômica Euroasiática estão melhorando e possuem “boa dinâmica”. Mas não forneceu mais detalhes sobre a criptomoeda e seu funcionamento.
A notícia é talvez surpreendente, uma vez que o governo da Rússia tem adotado posturas anti-criptoativos nos últimos anos. Em 2017, o governo tentou proibir exchanges e outras empresas do setor de atuarem país; antes disso, em 2015, veículos de mídia que falavam sobre criptoativos eram constantemente censurados.
Um ministro chegou a dizer que a Rússia jamais tornaria os criptoativos legais.
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No entanto, o país suavizou sua postura, adotando medidas para legislar sobre criptoativos a partir de 2017. Uma lei sobre criptoativos poderia ser aprovada nesta seção atual da Duma, indica a Tass. E o presidente Vladimir Putin já deu um prazo para o governo aprovar uma regulamentação sobre o assunto.
De acordo com este relatório recente, Nabiullina disse que, embora possa ponderar o uso de uma criptomoeda lastreada pelo ouro, o banco central é contra o uso de outros criptoativos no sistema monetário da Rússia.
“Não vemos a possibilidade de que criptomoedas possam funcionar como substitutos monetários. Definitivamente não nesta parte”, disse ela.
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