O preço do Bitcoin hoje inicia a semana sob cautela, negociado abaixo de US$ 90 mil, enquanto o mercado global aguarda uma sequência decisiva de dados econômicos nos Estados Unidos. Após a turbulência provocada pelo Federal Reserve na semana passada, o Bitcoin não conseguiu retomar o impulso. Assim, a resistência próxima de US$ 95 mil permanece firme, limitando tentativas de recuperação mais consistentes.
Durante o fim de semana, o mercado passou por um processo de limpeza técnica. Cerca de US$ 289 milhões em contratos de Bitcoin foram liquidados, com quase 80% concentrados em posições compradas. Esse movimento reduziu o excesso de alavancagem acumulado nas semanas anteriores. Ao mesmo tempo, ele explica a ausência de uma reação altista imediata após as liquidações.
Além disso, do lado estrutural, o hashrate da rede do Bitcoin caiu aproximadamente 8%, após o fechamento de operações de mineração na China. Embora o impacto inicial gere ruído, o efeito tende a apertar a oferta marginal. Historicamente, quedas abruptas no hashrate antecedem períodos de estabilização do preço.
Outro ponto de atenção envolve o comportamento dos grandes investidores. As entradas de detentores de grandes quantidades de BTC na Binance caíram para médias próximas de 6,5 mil BTC por ano, nível não visto desde 2018. Esse dado sugere que grandes carteiras não demonstram pressa para vender. A leitura reforça a ideia de redução da pressão vendedora no curto prazo.
De acordo com Timothy Misir, head de research da BRN, o mercado atravessa um momento de espera. “A pressão interna diminuiu, mas o preço ainda não convence”, afirmou o analista. Segundo ele, sinais estruturais melhoram gradualmente, apesar da estagnação gráfica. Ainda assim, o próximo movimento depende menos do mercado cripto e mais do cenário macro.
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Bitcoin hoje
A agenda econômica ganha protagonismo nos próximos dias. Indicadores como CPI, PCE, dados de emprego e vendas no varejo chegam em sequência, moldando expectativas sobre juros. Após o corte promovido pelo Fed, investidores passaram a reagir aos números, não à decisão. Surpresas inflacionárias podem reforçar a percepção de um corte conservador e pressionar ativos de risco.
No campo técnico, o Bitcoin enfrenta uma zona sensível. Na semana passada, o preço foi rejeitado por uma linha de tendência descendente ativa desde outubro. De acordo com Mike Ermolaev, fundador da Outset PR, a rejeição ocorreu em um ponto estratégico. “Essa linha coincide com a retração de Fibonacci de 61,8% em US$ 94.253”, explicou.
Atualmente, o Bitcoin gira em torno de US$ 89 mil, mantendo-se vulnerável. Caso a correção avance, o próximo suporte relevante aparece em US$ 85.569. Indicadores técnicos reforçam o tom defensivo. O IFR diário permanece abaixo de 50, enquanto o MACD converge para possível cruzamento de baixa.
Ainda assim, o cenário segue aberto. Um fechamento consistente acima de US$ 94.253 pode reacender o caminho até US$ 100 mil. O ambiente global também contribui para a cautela. De acordo com Alex Adler Jr, analista da CryptoQuant, a próxima semana será crucial para calibrar expectativas. Ele aponta que discursos do Fed e decisões de juros na Europa e no Japão também entram no radar.
“Os mercados aguardam dados do mercado de trabalho, inflação e decisões de bancos centrais”, destacou.
Adler lembra que modelos macro baseados nos ciclos do Bitcoin seguem válidos. Eles ajudam a identificar se o mercado enfrenta apenas uma consolidação ou uma transição mais profunda.


