Uma análise recente do Trefis Team, publicada na plataforma Great Speculations, lança um alerta contundente aos investidores. As ações da Coinbase Global (NASDAQ: COIN) enfrentam um risco existencial de desvalorização que poderia chegar a 90% em um cenário adverso. O aviso surge em um momento de tensão, com o papel já acumulando queda de aproximadamente 25% no último mês, pressionado pela recente correção do mercado de criptomoedas.

De acordo com a análise, a atual desvalorização, que levou a ação para cerca de US$ 265, é apenas um reflexo superficial de um problema estrutural mais profundo. O desempenho da maior corretora de criptomoedas dos Estados Unidos permanece intrinsecamente e perigosamente atado à volatilidade dos preços dos ativos digitais, como o Bitcoin.
A recente onda de desalavancagem forçada no setor e a incerteza sobre os próximos movimentos da taxa de juros do Federal Reserve expuseram essa vulnerabilidade.
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Coinbase em risco
O relatório explica que o modelo de negócios da Coinbase, embora mais sólido financeiramente hoje, carrega uma fragilidade inerente. A empresa opera com uma estrutura de custos fixos elevados, enquanto sua receita é extraordinariamente sensível aos ciclos de mercado.
Quando os preços das criptomoedas caem, as receitas provenientes de taxas de transação, custódia de ativos e participação em protocolos de staking são impactados. Essa dinâmica transforma a chamada alavancagem operacional em uma desvantagem severa durante períodos de baixa, potencialmente amplificando as perdas.
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Os analistas destacam que, apesar de a empresa apresentar números fundamentais robustos no último ano – com crescimento de receita próximo a 49% e margens líquidas acima de 40% –, essa força pode se revelar ilusória rapidamente. O múltiplo Preço/Lucro de 23.5x, semelhante ao do S&P 500, mascara a natureza extremamente cíclica do negócio.
O estudo recorre a um precedente histórico recente e alarmante para sustentar sua tese. Durante a crise de inflação e aperto monetário de 2022, as ações da Coinbase chegaram a cair mais de 90%. Uma perda drasticamente mais acentuada que a do índice S&P 500 na mesma época. A recuperação completa do valor do papel demandou 911 dias, um período quase duas vezes maior que o necessário para a recuperação do mercado acionário tradicional.
Períodos de aversão ao risco e contração de liquidez secam a atividade no ecossistema cripto com rapidez. Para a Coinbase, esse ambiente se traduz em uma dupla pressão. Primeiro, a queda simultânea dos volumes transacionais. Além disso, os múltiplos de avaliação aplicados ao seu negócio.
Dessa forma, caso o Bitcoin rompa suportes importantes e entre em uma trajetória de queda sustentada, a corretora poderá ser forçada a revisitar os patamares mais baixos de sua valorização, repetindo o cenário catastrófico de dois anos atrás.
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