A Binance registrou uma forte entrada de stablecoins ao longo dos últimos 30 dias. A maior corretora do mundo recebeu mais de US$ 5,7 bilhões, mesmo enquanto o preço do Bitcoin enfrentava uma fase de forte correção. Esse movimento chamou a atenção porque rompeu o padrão visto em outras plataformas relevantes.
Enquanto a Binance ampliou suas reservas, a Bybit registrou saídas líquidas de US$ 219 milhões e a OKX perdeu quase US$ 633 milhões. A divergência entre as corretoras ficou evidente. Muitos investidores começaram a discutir se o fluxo indica preparação para compras de BTC ou apenas uma busca por proteção em dólar digital.
O comportamento sugere que parte dos investidores está enviando liquidez para a Binance com o objetivo de comprar ativos descontados. Isso ocorre porque a queda recente levou o Bitcoin de US$ 106.000 para US$ 95.000, acumulando mais de 10% de desvalorização em uma semana. Mesmo assim, o BTC tenta se estabilizar acima dos US$ 95.000 nesta segunda-feira.
Essa tentativa de estabilização acontece depois de semanas de pressão. O mercado ainda sente o impacto da grande desalavancagem de outubro, quando mais de US$ 19 bilhões foram liquidados em um único dia. Desde então, os fluxos institucionais diminuíram de forma consistente.
Os ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos mostram esse humor mais cauteloso. Somente na sexta-feira, houve saídas de aproximadamente US$ 492 milhões. Mesmo assim, o volume acumulado de entradas no ano permanece em US$ 58,85 bilhões, com mais de US$ 125 bilhões em ativos líquidos. Esse contraste ressalta como o mercado continua dividido entre medo e oportunidade.
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Recuperação do Bitcoin?
Os ETFs de Ethereum seguem a mesma tendência negativa. A saída de quase US$ 178 milhões na última sexta indica pouco apetite institucional. O ETH continua abaixo de US$ 3.200, tentando acompanhar a recuperação modesta do Bitcoin. A falta de entradas recentes pressiona o preço, dificultando qualquer tentativa de alta consistente.
O XRP enfrenta outro tipo de problema. O interesse de varejo permanece fraco. O Open Interest dos futuros caiu para US$ 3,61 bilhões, bem distante das máximas históricas de julho. Isso revela pouca confiança dos traders em uma retomada no curto prazo, mesmo com o movimento mais positivo do mercado nesta semana.
No caso do Bitcoin, alguns indicadores técnicos começam a sinalizar um possível alívio. O Índice de Força Relativa subiu para 34, deixando a zona de sobrevenda. Porém, o MACD ainda exibe sinal de venda, ativado no início de novembro. Assim, o cenário continua marcado por incerteza.
Se o BTC conseguir manter uma trajetória acima dos US$ 96.000, o ambiente pode mudar gradualmente. Isso porque um rompimento convincente dessa zona reacenderia o apetite por risco. Porém, essa confirmação depende do comportamento institucional, que segue hesitante.
A grande entrada de stablecoins na Binance se tornou, portanto, um ponto central no debate atual. Para alguns analistas, o movimento indica uma possível recuperação à frente. Para outros, mostra apenas um redesenho temporário da liquidez. Enquanto isso, o mercado aguarda novas sinais para definir o rumo dos próximos dias.