A Visa anunciou o início de um programa piloto que permitirá pagamentos diretos em stablecoin USD Coin (USDC) por meio do Visa Direct, plataforma usada para transferências e liquidações globais. O projeto tem como foco criadores de conteúdo, freelancers e trabalhadores de plataformas digitais, que poderão receber seus ganhos de forma quase instantânea, mesmo em diferentes países.
De acordo com o anúncio, a iniciativa terá início nos Estados Unidos. A solução permitirá que empresas realizem pagamentos em moeda fiduciária, enquanto os beneficiários poderão optar por receber em USDC. Conforme afirmou a companhia, a proposta é reduzir custos e prazos nas transferências internacionais, atendendo regiões com moedas voláteis ou acesso limitado a serviços bancários.
Chris Newkirk, presidente de soluções comerciais da Visa, destacou que o projeto busca garantir acesso universal ao dinheiro em minutos, não em dias.

Piloto marca nova etapa da estratégia cripto da Visa
O programa representa uma expansão dos testes de stablecoins que a Visa vem conduzindo desde setembro. Na ocasião, a empresa de pagamentos iniciou um projeto para permitir que empresas pré-financiassem pagamentos usando stablecoins em vez de moedas fiduciárias.
Na nova fase, os pagamentos chegam diretamente ao usuário final, que deve possuir uma carteira digital compatível com USDC. Além disso, o recebedor deve cumprir os protocolos de conheça seu cliente (KYC) e prevenção à lavagem de dinheiro (AML).
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O piloto começa com parceiros selecionados, ainda não divulgados. Mas a Visa deve ampliar o serviço globalmente na segunda metade de 2026, à medida que a demanda aumenta e os marcos regulatórios avançam.
Atualmente, o USDC, emitido pela Circle, será o único ativo suportado. A Visa não confirmou planos de incluir outras stablecoins no curto prazo.
Stablecoins ganham espaço na infraestrutura da Visa
A expansão dos testes ocorre após a aprovação do GENIUS Act, primeira lei federal dos Estados Unidos que estabelece diretrizes específicas para stablecoins.
De acordo com o CEO Ryan McInerney, desde 2020 a empresa já processou mais de US$ 140 bilhões em fluxos de cripto e stablecoins. Desse total, US$ 100 bilhões correspondem a compras de criptoativos e stablecoins com cartões Visa, e US$ 35 bilhões a gastos diretos utilizando esses ativos.
Hoje, a Visa opera mais de 130 programas de cartões vinculados a stablecoins em 40 países, com volume mensal superior a US$ 2,5 bilhões.
A empresa também mantém parcerias com a Bridge (Stripe), para emissão de cartões cripto, e com a Yellow Card, na África, voltada à liquidez e tesouraria em stablecoins. Além disso, lançou a Visa Tokenized Asset Platform, que permite a bancos criar e testar seus próprios tokens e stablecoins.
Foco em mercados emergentes e pagamentos transfronteiriços
A Visa afirma que as stablecoins são um pilar central da sua estratégia de crescimento, principalmente em mercados emergentes, onde o envio de remessas, os pagamentos B2B e os ganhos da economia digital exigem soluções mais rápidas e acessíveis.
Questionada sobre a possibilidade de lançar sua própria stablecoin, a empresa informou que não descarta essa hipótese, mas que, por ora, a prioridade é ampliar o uso das stablecoins existentes, integrando-as a bancos, carteiras digitais e plataformas de pagamento globais.

