A Tether, emissora da maior stablecoin do mercado, a USDT, voltou a aumentar suas reservas em Bitcoin (BTC) durante a recente queda do mercado.
De acordo com dados da plataforma de análise Arkham Intelligence, uma carteira associada à empresa comprou 961 BTC, no valor aproximado de US$ 97 milhões, em operação realizada na exchange Bitfinex.
A transação ocorreu em meio à forte volatilidade que levou o Bitcoin a perder temporariamente o suporte dos US$ 100 mil nesta semana. O movimento faz parte da política interna da Tether de destinar 15% de seus lucros operacionais realizados para a aquisição de Bitcoin. A emissora de stablecoins vem aplicando essa estratégia desde o ano passado.
Com o novo aporte, a companhia passou a deter 87.296 BTC, avaliados em cerca de US$ 8,84 bilhões, o que a coloca como a sexta maior carteira de Bitcoin do mundo. O preço médio de aquisição está em torno de US$ 49.121 por unidade. Isso representa um lucro não realizado superior a US$ 4,5 bilhões, conforme estimativas da Arkham.
Tether compra Bitcoin
Embora a compra reforce a presença da Tether no mercado de Bitcoin, parte dos analistas interpreta a operação como um ajuste tático de portfólio, e não necessariamente uma aposta agressiva de acumulação.
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De acordo com Gleb Kurovskiy, diretor digital do Luminary Bank, a empresa tem reduzido exposição em Bitcoin. Por outro lado, tem aumentado investimentos em metais preciosos, como ouro, desde o final de setembro.
“Com a desvalorização recente do Bitcoin e a alta do ouro, o movimento pode refletir um simples rebalanceamento de portfólio”, avaliou.
Outros especialistas enxergam o movimento como parte da estratégia de diversificação da Tether em ativos de reserva. Para Rachel Lin, CEO e cofundadora da SynFutures, a compra de Bitcoin pela Tether reforça o compromisso da empresa com ativos considerados de reserva de valor.
“O Bitcoin segue no centro da estratégia da Tether, que busca proteger parte de seu balanço contra a perda de valor das moedas fiduciárias”, explicou.
Contexto de mercado e leitura dos analistas
No momento da operação, o Bitcoin era negociado próximo de US$ 100.253, acumulando queda de cerca de 9% na última semana, de acordo com dados do CoinGecko. A criptomoeda ainda sente os efeitos da liquidação em massa registrada em outubro, que eliminou mais de US$ 20 bilhões em posições alavancadas.


